Grémio luta pelo Brasileirão e pela Libertadores e garante que não o deixa sair em janeiro se isso se mantiver.
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O interesse do FC Porto em Pepê mantém-se, mas pode ter de esperar por... 2021/22, se entretanto o clube português não virar agulhas para outro extremo.
E isso porque a abertura do Grémio de Porto Alegre para negociar aquele que tem sido considerado pela Imprensa brasileira como um dos melhores, senão o melhor, jogador do campeonato é, nesta altura, nula.
Os resultados do clube estão a entusiasmar toda a estrutura e adeptos e há uma crença muito grande de que o Grémio pode, enfim, voltar a ser campeão do Brasil, algo que não sucede desde 1996. Se vencer o jogo que tem em atraso, o Tricolor fica a dois pontos dos líderes Flamengo e Atlético Mineiro.
A intenção é continuar na luta e, por lá, ninguém acredita ser possível sem Pepê, segundo melhor marcador e rei das assistências do plantel. Por causa da pandemia, o Brasileirão 2020 vai terminar apenas no final de fevereiro em 2021, pelo que só uma hecatombe nos próximos tempos alterará a decisão a comissão diretiva. Além do mais, o clube está envolvido ainda na luta pela Libertadores (é favorito contra o Guaraní, do Paraguai, nos oitavos-de-final) e pela Copa do Brasil (defronta o São Paulo nas meias). Nenhuma destas provas termina depois do fecho do mercado de inverno em Portugal (4 de fevereiro), mas um triunfo na Libertadores garante Mundial de Clubes que também se jogará em fevereiro.
Cláudio Oderich , vice-presidente do Grémio, confirmou isso mesmo à Rádio Bandeirantes, numa entrevista que concedeu no domingo. "O Pepê renovou o seu contrato há pouco tempo. Se alguém quiser contratar o jogador, acerta com ele e deposita a cláusula de rescisão. Caso contrário, vai ficar aqui até o final da Taça do Brasil e da Libertadores", garantiu. Só depois há, então, possibilidade de o negociar, mas se o clube se mantiver nesta posição no campeonato, as portas continuarão fechadas, sabe O JOGO. O pagamento da cláusula de rescisão [150 milhões de euros] é um cenário inviável para praticamente todos os clubes europeus. Em Portugal nem sequer se imagina possível, pelo que o valor serve apenas para que o Grémio possa rotular o extremo de intransferível.
Em outubro, quando dragões e brasileiros começaram a falar, a base de entendimento cifrava-se nos 15 milhões de euros, mas percentagem, menos percentagem da parte do passe a adquirir. Mas nessa altura o Grémio não parecia capaz de disputar os troféus em que agora acredita. Estava em 15.º lugar e a 10 pontos do líder. Seguiram-se 12 jogos consecutivos sem perder (nove triunfos e três empates) e uma recuperação extraordinária que alterou todo o contexto.
Quanto a Pepê, aguarda por novidades sem se distrair em campo. Já conta 12 golos, menos um apenas do que o recorde de carreira e dobrou as assistências do ano passado (tem agora seis). Para além disso, está a ser trabalhado também como segundo avançado e tornar-se cada vez mais preponderante, ao ponto de os gremistas já terem esquecido Éverton Cebolinha. "Se aceitaria uma troca? Não, o Éverton não está muito bem lá no Benfica, fico com o Pepê", atirou Oderich.