Declarações de Hugo Oliveira na apresentação como treinador do Famalicão
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Apresentação: "Bom, antes de mais, quero primeiro dizer que é um gosto muito grande de estar aqui. Agradecer ao Presidente a forma como criou o contexto para ser recebido neste clube de uma forma tão harmoniosa, um clube que tem características muito próprias e que estão muito ligadas àquilo que eu também me revejo. Tem a ver com alguém extremamente jovem ainda, mas com multidisciplinaridade, com alguém que durante todo o seu trajeto passou por muitas experiências sempre numa procura de desenvolvimento que fez com que chegássemos até aqui. Acho que foi uma ordem natural das coisas naquilo que foi o meu trajeto no futebol desde a paixão tremenda pelo treino de guarda-redes, que fosse visto de uma outra maneira que fosse entendido como algo dentro da equipa e que o guarda-redes fosse visto como um elemento do todo, e já aí marcava um bocadinho aquilo que eu pensava que é de um jogo coletivo e de que teria de existir um assistente que via o jogo pelos olhos do guarda-redes também. Daí a passagem a participar com a equipa técnica de uma forma muito mais ligada à equipa foi um último passo e daí ao passo para treinador principal um caminho ainda mais curto. Dizer que nestes 20 anos de carreira esta possibilidade de dar este passo já ocorreu muitas vezes, nunca senti que era o momento adequado, e é muito interessante porque mesmo enquanto ainda em Portugal, estava na área do treino só de guarda-redes, já foram alguns os clubes que tentaram empurrar-me um bocadinho para este papel. Eu fui fazendo o meu trajeto, fui-me preparando. Nós nunca estamos num processo finalizado, estamos sempre em evolução e esse foi o meu trajeto. Chego aqui preparado para este desafio e num projeto que vai de encontro com aquilo que eu realmente sou, alguém que quer estar em desenvolvimento, alguém que quer evoluir e que pensa o jogo um pouco como o presidente explicou. Que pensa o jogo como este clube pensa, que está entregue ao desenvolvimento de ativos através de um jogar que ajuda a isso e que leva a resultados porque não há desenvolvimento sem resultados. E são estas muitas disciplinas muitas experiências na vida que foram construindo para quem eu sou hoje, mas esta experiência vai também levar-me para mais desenvolvimento. Que amanhã todos neste clube sejam melhores e que o clube cresça."
Expetativas e objetivos: "Vamos ter uma forma de jogar muito vincada, muito própria e o treino é que leva ao jogo. Somos uma equipa técnica que acredita muito no processo, que acredita muito na qualidade do treino e é o treino que faz desenvolvimento por isso era importante ter alguém nessa área. A performance física área também extremamente importante naquilo que é o desenvolvimento do jogador e para termos um jogo de alta intensidade como eu preconizo temos que estar muito fortes a esse nível. Chego cá, fui recebido de uma forma muito harmoniosa como já disse, mas senti um grupo extremamente estável. Em relação às expetativas é engraçado que o presidente não pediu expetativas quantitativas, não pediu resultados, mas eu sei que o futebol está sempre e tem que estar ligado a resultados. Na vida só consigo imaginar que o caminho é para ganhar por isso qualquer jogo que jogue é para ganhar. Vamos certamente ter uma equipa do Famalicão que vai ter os olhos na baliza adversária, mas que terá de ser muito rigorosa taticamente, muito intensa e que se conheça bem a si próprio para tentar depois encontrar as dificuldades que o adversário seguinte possa ter. E tentar, não podendo dominar, pelo menos controlar os jogos. O futuro é desenvolvimento o futuro é desenvolvimento, foi o que me foi pedido, desenvolver os jogadores. Não temos expetativa de classificação."
Porquê começar a carreira de treinador principal no Famalicão: "Tem a ver com o conhecimento que eu tenho do clube. Claro que as pessoas querem todas que seja a correr que seja a ganhar provas de 100 metros de velocidade ou 100 metros barreiras, mas é um projeto que está em desenvolvimento e nesse sentido foi isso que me aliciou. Digamos que me aliciou também a juventude do plantel. Tem um plantel extremamente jovem tem um processo de jogadores que podem evoluir ainda muito e para mim isso é extremamente aliciante. Este é um clube que tem os olhos virados para a frente, no futuro. Tem condições para trabalhar do melhor que há, eu tenho andado por essa Europa fora a um nível alto e este clube está a dar passos no sentido de criar condições de alto nível de rendimento. É o projeto futuro que me fez querer estar dentro e querer ser mais uma peça do puzzle para que o puzzle comece a ficar completo. Foi extremamente importante neste processo e também na minha vida e na minha carreira o treinador Marcos Silva que foi a primeira pessoa que soube que eu ia dar o passo para treinador principal. Esta decisão já foi feita há muito tempo e ele foi a primeira pessoa para apoiar."
A Liga portuguesa: "Bom, é preciso também entendermos eu sou português nós acompanhamos sempre a Liga Portuguesa, nós vivemos fora do país, mas o coração está cá o coração está cá. Estive cinco épocas da Liga Portuguesa conheço muito bem, é uma Liga taticamente difícil é uma liga com treinadores muito, muito, muito bons, muito preparados. Agora, não há varinhas mágicas, não há estalar de dedos para chegarmos amanhã aqui ao treino e as coisas acontecerem todas como eu quero, eu tenho noção disso. Quando acreditamos no treino quando temos as ideias certas de qual é o caminho, quando sabemos que existe apoio total da parte das pessoas do clube, quando começamos a sentir desde o primeiro dia que os jogadores acreditam naquilo que está a chegar e que até se identificam, as coisas vão acontecer naturalmente e vamos começar rapidamente a sentir as nossas ideias dentro do campo."
A pressão de ser treinador principal: "Obviamente, se não estivesse completamente seguro do passo que estava a dar primeiro não estaria aqui. Dizer-lhe também que me preparei para este momento porque o meu objetivo principal é dominar muitas áreas. Nunca tive problemas para tomar decisões e isso aparecia durante muitos anos em contextos que era obrigado a fazê-lo enquanto estava cá em Portugal numa área mais específica, mas trabalhei num dos maiores clubes portugueses e tinha a confiança de quem mandava no clube para poder tomar decisões."