Declarações de Rúben Amorim, treinador do Sporting, após a vitória por 3-0 na receção ao Aves SAD, este domingo, para a sexta jornada da I Liga
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Análise: “O Conrad [Harder] fez um bom jogo, ainda está a 50 por cento e é normal. Ainda não teve muito tempo com a equipa e às vezes isso nota-se na fluidez do jogo. É um pouco como o Paulinho, apesar das caraterísticas diferentes, mas obviamente que marcar e assistir é muito bom e com o estádio puxar por ele como puxou... viveu um sonho, mas amanhã acabou. Se virmos o jogo, foi excelente da nossa equipa, mas senti que podemos fazer melhor. Também se perde alguma fluidez com esta mudança tática, faltou-nos um pé direito para combinar com o Nuno Santos, mas acima de tudo não deixámos o Aves criar perigo, fomos fortes na reação à perda de bola e foi mais um jogo competente, mas podemos fazer melhor”.
Os futebolistas da Escandinávia, antes, eram vistos como altos e toscos. Gyokeres, Hjulmand e Harder contrariam esta tendência. Por que se virou para este mercado e há mais pérolas destas? “Não sou a pessoa indicada para me perguntarem o porquê, isso é o scouting e Hugo Viana. Eu apenas dou as caraterísticas que quero, mas é verdade que eles são cada vez mais limpos tecnicamente e a capacidade física também é cada vez mais importante no futebol. É impossível ter só talento e eles têm essa capacidade física, mas o Morten [Hjulmand] já jogava num campeonato latino [Serie A, no Lecce] e não era a minha primeira opção, por isso bendita a decisão do scouting. Quanto ao Viktor [Gyokeres], já não há muitas palavras, melhorou muito a capacidade de ligação aos colegas em relação à época passada, a cirurgia também ajudou-o muito porque ele estava debilitado - apesar de não se ter notado - e o Conrad [Harder] tem de melhorar, mas a agressividade que dá... parecia o Viktor no golo. Tem muita fome, é muito inteligente e tivemos sorte com ele também. Não calha sempre assim, mas é um mercado com capacidade física, talento e que ajuda muito no nosso jogo”.
Seis vitórias em seis jogos iguala o melhor arranque do Sporting no campeonato deste século: “Obviamente que ficamos sempre contentes e percebemos com essas marcas que arrancar o campeonato não é fácil. Mas são só três pontos, temos os rivais perto e vai haver muitos jogos. Agora nestes ciclos com muitos jogos é que as equipas costumam perder pontos e era importante nesta primeira não perder pontos. São mais três pontos, mas claro que queremos aumentar este bom início”.
Dupla Gyokeres e Conrad Harder pode ser tão boa como a da época passada, com Gyokeres e Paulinho, que marcaram 44 golos no campeonato? Que estimativa tem? “É difícil, não faço ideia porque eles às vezes surpreendem. O Paulinho fazia muitas coisas que bastava dizer duas palavras e ele adaptava-se. O Conrad ainda está longe disso e em jogos em que precisamos mais de defender e de estar em entrelinhas, o Paulinho era mais experiente e é difícil reproduzir a mesma dinâmica. Vamos ter outras coisas, o Conrad é mais forte fisicamente do que o Paulinho, ainda não tem o mesmo jogo de cabeça e entendimento, mas tem uma agressividade diferente, o que pode aumentar o número de golos. Não faço uma estimativa, digo apenas que é cedo e que eles podem dar coisas diferentes. Diria que temos dois jogadores que vão procurar a profundidade e que podem dar jeito”.