Leão vive estado de graça na liderança do campeonato, lugar que para já lhe dá entrada na prova. Se o conseguir, há ressarcimento do total cortado pelo layoff.
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Para lá da possibilidade de remar contra aquilo que têm sido as últimas classificações no campeonato (a melhor dos últimos cinco anos foi um 2.º lugar em 2015/16) e além da hipótese de regressar à Champions desde a época 2017/18 - essas são, para a estrutura, as motivações corretas -, o Sporting tem no presente ano desportivo um factor extra para continuar a dar sequência ao bom arranque na I Liga, onde para é líder antes de uma sempre complicada deslocação a Guimarães.
Numa temporada em que o primeiro e segundo vão diretos à prova milionária e o terceiro à pré-eliminatória, os futebolistas leoninos que transitaram de 2019/20 para 2020/21 podem reaver, concretizando-se essa qualificação, os 20% dos ordenados que acordaram cortar entre abril e junho, quando clube e SAD entraram em situação de layoff para mitigar os efeitos da pandemia pela covid-19.
Recuemos, então, precisamente a abril, quando O JOGO noticiava em primeira mão os contornos de uma negociação entre administração e capitães de equipa: o plantel entendia o contexto e aceitava cortar em 40% os seus vencimentos, mas salvaguardando a possibilidade de os reaver em duas fases diferentes.
A primeira está concretizada e relacionava-se com o reatar do campeonato 2019/20: de um total de 20%, metade terá de ser liquidada até dezembro deste ano e a segunda metade até dezembro do próximo; faltam, então, os tais 20%, que só se garantem caso os verdes e brancos consigam alcançar esse lugar brilhante e que pode trazer tantos milhões. Se forem campeões ou "vices", há dinheiro certo em caixa; fechado o pódio, é preciso disputar pelo menos uma terceira pré-eliminatória e ainda um playoff.
Após alguns anos de dificuldades e cortes no investimento, é também a oportunidade para que o Sporting possa desafogar a vista para um horizonte entre os principais clubes europeus, mitigando ainda perdas - de muitos milhões - que a ausência de público nos estádios tem precipitado. Andar no topo, prova-se, só traz vantagens.
Quem já saiu também nas contas
Independentemente de estarem ou não no atual plantel do Sporting, todos os jogadores que assinaram o acordo com a administração da sociedade desportiva na última época têm o direito a receber o remanescente dos seus salários caso sejam cumpridos os objetivos propostos nesse documento. Ou seja, a SAD manterá a sua palavra e ao que conseguimos apurar vai ressarcir antigos ativos num contexto de Liga dos Campeões. Acuña, Battaglia, Doumbia ou Eduardo são alguns dos atletas que terminaram a última época, mas que não estão neste grupo.