Emanuel Alves marcou nas últimas duas vitórias do União de Lamas, frente ao Marítimo B (5-1) e Gondomar (4-0), consolidando a equipa no quarto lugar. Trajeto surpreende, mas subida não é tema
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Três vitórias consecutivas - Cinfães, Marítimo B Gondomar - empurraram o União de Lamas para um surpreendente quarto lugar da série B do Campeonato de Portugal e igualaram a melhor série vitoriosa da equipa esta época, que ocorreu entre outubro e novembro. Contudo, Emanuel Alves, que marcou nas últimas duas goleadas, não aponta o clube de Santa Maria da Feira como um favorito à subida, apesar de, até ao final desta fase regular, ainda enfrentar os três primeiros (Leça, Marco 09 e Salgueiros). “É um objetivo difícil. Há muitos candidatos. Temos os pés bem assentes na terra. O objetivo principal é a permanência, mas somos um grupo ambicioso e, se continuarmos nos lugares cimeiros, vamos lutar até onde pudermos chegar”, analisou o avançado, melhor marcador da equipa com setes golos. “Estar nestas posições, no primeiro ano do U. Lamas depois de tanto tempo fora dos campeonatos nacionais [17 anos] é uma surpresa. Porém, acreditamos no nosso potencial e qualidade. Com o trabalho diário, humildade e dedicação estamos dentro dos objetivos”, vincou.
Emanuel Alves teve a temporada mais produtiva ao serviço do S. Vicente Pereira (19 golos e cinco assistências), em 2021/22, antes da mudança para o Lamas, onde está há três anos. “Esta época está a correr dentro do esperado, mas como a minha posição indica, quero é fazer muitos mais golos. Acho que é possível chegar a esses números, mas só o trabalho diário vai ajudar a atingi-los”, sublinhou.
Já com o campeonato em andamento, o União de Lamas perdeu o treinador, André Ribeiro, que aceitou ser coordenador da formação do Al Nassr e foi rendido por Zé Paulo. “Não abalou o grupo. Já tínhamos confiança com o Zé Paulo, que era o treinador adjunto e foi fácil a transição. Os métodos continuaram similares”, explicou o jogador, natural de S. Paio de Oleiros, satisfeito por defender as cores do Lamas. “É o clube do meu coração. É sempre um prazer estar onde gostamos, ter feito parte da histórica subida e continuar aqui”, contou Emanuel, que trabalha também no departamento de logística de uma multinacional: “Este ano há mais treinos e torna-se mais cansativo conciliar as duas áreas, mas com paixão tenho conseguido. No plantel, só temos mais seis ou sete com outro trabalho, os restantes são jovens que apostam no futebol como prioridade para dar o salto”.
Do FC Porto à desilusão em Chipre
“Sou bom tecnicamente, com visão de jogo, raça e combativo. Valorizo a equipa acima dos objetivos pessoais”, define-se Emanuel Alves, que passou pela formação do Feirense e FC Porto. “Trabalhei com o João Costa [Estrela da Amadora], Rúben Macedo [Nacional] e Samu [V. Guimarães], entre outros, e fui campeão com o José Tavares”, recordou, referindo que, no Cesarense, “foi especial disputar a fase de subida à II Liga, no ano que subiu o Famalicão”. Já a única experiência no estrangeiro não correu de feição: “Estive quatro meses no Chipre [Achyronas Liopetriou], mas devido a falta de pagamentos, regressei a Portugal”.