Sem Hornicek e João Carvalho, Vicens avalia o titular dos sub-15. Rui Novais deu licença a este diamante em Portimão. André Marques, um miúdo de 14 anos, apresenta-se ao lado de Moutinho, de 38, também algarvio de gema. Tem beneficiado do arrojo dos técnicos em apostarem na sua maturidade, desde os 12 anos.
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Aconteça o que acontecer, são poucos aqueles que se podem orgulhar de serem colocados em regime sénior quando ainda são meninos. Mesmo que só de idade, e não de aparência: um rapaz de 14 anos que justifica espanto por ter 1,85 metros já impõe respeito a qualquer avançado. André Marques é uma sensação na pré-época dos minhotos, a reforçar o prestígio da escola de guarda-redes do clube. Mesmo bafejado pelas ausências de Hornicek e João Carvalho no Europeu sub-21, e do não retorno a casa de Matheus, que continua a ser negociado para o Brasil, nada diminui esta proeza, que ficará gravada como sensacional na cabeça do atleta, além de um apanhado de estímulos de magnitude colossal, que ajudarão a fintar todos os obstáculos.
André Marques, novidade na Pedreira, foi identificado no Portimonense, impressionando ao ser titular dos sub-15 com 12 anos. Uma decisão arrojada tomada por Rui Novais, que segue como técnico dessa categoria nos algarvios. André Marques, que já atingiu a titularidade dos sub-15 de Portugal, vai agradecendo a quem se pauta pela audácia, como Vicens e a estrutura dos guerreiros, embora também ele se tenha lançado corajoso à aventura, longe de casa, trocando o Algarve pelo Minho com 13 anos. Agora caminha para os 15, que completa em outubro. "Estamos a falar de um jovem de personalidade muito determinada e mentalidade acima da média para a idade. Deu-nos sinais da sua ambição no Portimonense desde muito cedo, a que juntava compromisso e vontade de aprender. O foco estava no trabalho diário, procurando evoluir em cada detalhe", lembra Rui Novais.
O técnico amplia a difusão das virtudes de um guarda-redes que compete atualmente com Tiago Sá e Gonçalo Dias. “Ele surpreende não só tecnicamente, mas também no plano mental e comportamental. Foi por isso que decidimos estreá-lo no Campeonato Nacional, com 12 anos, em Belém, contra o Belenenses. Era infantil a jogar nos sub-15. Respondeu-nos com leitura de jogo, tomada de decisão, controlo da profundidade e serenidade em momentos de pressão. Justificou plenamente a aposta”, rebobina, percebendo que André “nunca se desviou do caminho”, mascarando a distância de casa, longe do mimo familiar, que está entre Albufeira e Faro. Tem um irmão, já de 20 anos, como defesa do Moura. Nada o abate. “Esta oportunidade premeia a maturidade, resiliência e a capacidade em superar-se. É um miúdo que merece tudo o que está a alcançar! Tem um talento especial e um potencial enorme para crescer”, sustenta.