Gansos não temem tubarões: "Depois de Sporting e Benfica, Casa Pia será referência"
ESPECIAL EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO - Clube de Pina Manique quer ser referência no futebol juvenil e conta cerca de 500 jovens nos escalões de formação. Concorrência de Benfica e Sporting não intimida. Nuno Tavares, Zeca e Pedro Santos são exemplos de jogadores que saíram das escolas do Casa Pia. Esta época, os juniores Afonso Monteiro e Isaac Monteiro foram integrados na equipa principal.
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Ter um projeto de formação na cidade de Lisboa parece, à partida, algo difícil de ser bem-sucedido, devido à forte concorrência de Benfica e Sporting. Contudo, este é um fator que não demove os responsáveis do futebol de formação do Casa Pia. "É verdade que, tudo o que são jovens acima da média, esses dois clubes conseguem recrutar. Mas ainda existem muito miúdos de qualidade, a quem nos cabe potenciar", explica Joel Pinto, coordenador de formação dos gansos, em conversa com O JOGO.
Este dirigente, de 37 anos, lembra que o emblema casapiano fica situado numa região com densidade populacional elevada. "Temos duas vantagens em relação a muitos clubes. Estamos numa zona geográfica onde até miúdos da margem sul do Tejo conseguimos atrair. Depois, temos a equipa principal na I Liga e outros escalões a subir consecutivamente de divisão. Tudo isto faz com que exista uma grande procura por parte de jogadores e encarregados de educação", sublinha, mostrando-se convicto no sucesso do projeto a médio prazo: "Em minha opinião, a seguir ao Sporting e Benfica, acredito que nos próximos anos em Lisboa será o Casa Pia a referência."
Atualmente, a formação casapiana conta com cerca de 500 atletas, desde os cinco anos (petizes) até os 19 (juniores). No Estádio Pina Manique, existem dois campos sintéticos para treinos. O protocolo com a Casa Pia de Lisboa permite também treinar em duas instituições de ensino ligadas à entidade. "No Colégio Maria Pia treinam alunos dessa escola mas nos jogos atuam como jogadores do Casa Pia Atlético Clube", elucida Joel Pinto.
A parceria com a instituição à qual o clube está umbilicalmente ligado é uma das bases de recrutamento. "Ligados aos colégios da Casa Pia temos cerca de 100 miúdos. Os restantes são muitas vezes recrutados consoantes as necessidades das várias equipas. Nos mais pequeninos, recebemos todos os que queiram vir jogar connosco, porque há sempre potencial para trabalhar", realça o coordenador.
Nuno Tavares (Marselha, França), Zeca (Copenhaga, Dinamarca) e Pedro Santos (DC United, EUA) são alguns exemplos de jogadores que saíram da formação do Casa Pia. Esta época, o central Isaac Monteiro, 18 anos, foi convocado para dois jogos e já assinou contrato profissional. Por sua vez, o guarda-redes Afonso Monteiro, 17 anos, foi inscrito na Liga em janeiro.
Sub-23 é objetivo e pode ser realidade na época 2024/25
Diogo Boa Alma, diretor desportivo do Casa Pia, é um dos responsáveis por fazer a ligação entre o futebol profissional e o de formação. O dirigente, que costuma acompanhar jogos dos diversos escalões, principalmente dos juniores que estão na I Divisão, elogia o projeto e assume que seria importante ter um escalão de sub-23. "Temos consciência que é um patamar fundamental para o desenvolvimento dos jogadores e também para podermos ter mais atletas inscritos. Queremos muito que avance, mas não me parece que seja na próxima época. Talvez em 2024/25", adianta.