"Ganho os títulos e depois Varandas será apenas um nome", diz o presidente do Sporting
Declarações de Frederico Varandas presidente do Sporting, no Portugal Football Summit, esta quinta-feira
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Há quarenta anos que não cumpria segundo mandato um presidente do Sporting? Pondera recandidatura? "De facto, há 40 anos que não aconteciam muitas coisas no Sporting que acontecem hoje, se calhar a mais importante foi a estabilidade. Há cerca de um ano apresentámos plano estratégico a dez anos, achamos que deve ser esse o caminho a percorrer com ou sem Frederico Varandas."
Entra na história com tanta obra? "O que entra são os títulos e obras feitas. Em 2018 aceitei o desafio, com tantas missões como militar. É uma missão. O meu pacto é com o clube, só com o clube. A missão era devolver o Sporting ao seu lugar devido. Que era este. Ficar na história... tenho uma visão muito cética. A melhor versão do Sporting era a dos Cinco Violinos e poucos sabem o nome do presidente. Ganho os títulos e depois Varandas será apenas um nome. Estamos a conseguir títulos e obras, mas é pouco relevante o nome. Não há nada que o tempo não leve. Não interessa quem é o nome."
Timing de 2006 das obras do estádio para cumprir? "Temos um game changer para o Sporting em curso, uma grande obra. A primeira fase é o estádio, ainda não está concluída. Começou com as cadeiras, o segundo e terceiro andar, o encerramento do fosso. Falta ainda, e vai decorrer durante este ano. Durante o ano vamos ter videoscreens e sistema de som e luzes que não há em Portugal. E até 2029 o Alvaláxia. O jogo de luzes esperamos já ter no final da época. Depois há uma obra muito pesada e diferenciadora em Portugal, a recuperação do Alvaláxia. Foi vendido por dificuldades financeiras, infelizmente. Vai permitir ter o melhor museu desportivo em Portugal, zonas de sportsbar com interação para o estádio, vamos ter lojas, Loja Verde da dimensão que precisamos. A experiência de ir ao futebol vai ser diferente, vamos ter a melhor experiência de oferta em Portugal. Para termos noção, já investimos cerca de 50 milhões de euros e vão ser mais 150 milhões de euros. Haverá um antes e depois para o Sporting."
É comparado a Bilbau devido à revitalização do Guggenheim. Acredita que vaio revolucionar a zona? "André Bernardo vai apresentar o plano estratégico para a cidade desportiva do Sporting, para Alvalade. Temos vantagem na localização do Estádio, está no eixo central de Lisboa. Lisboa é cidade em explosão, segura, é cidade da moda, e a localização é decisiva. O metro quadrado está a disparar, está a ser construído centro de residências. O projeto será grande mais-valia para Lisboa."
Posição do Sporting sobre direitos televisivos? "Analisamos o que se passa em Portugal e na Europa. Neste momento os direitos televisivos estão a sofrer. Aconteceu em França, Suíça, Bélgica. Não vai ser um processo fácil para quem estiver na Liga. Os direitos valorizam muito, mas os das grandes competições. As ligas domésticas perdem interesse a nível europeu. O Sporting tem de encarar com responsabilidade, é estar no processo, na construção, e apoiar a Liga no processo."
Quando entendeu que era necessária a modernização das instalações? "Entrei no Sporting há muitos anos. Antes de ser diretor clínico já não gostava do estádio. Assumi em 2011, nunca tive o sonho e ambição ser presidente, por isso nunca me passou pela cabeça fazer obras, a não ser nos meus gabinetes médicos. Depois, quando assumi a presidência, tivemos de tomar responsabilidades. Primeiro estava em nível de sobrevivência, depois foi ser competitivos e conseguimos ser número um. Agora é olhar para o futuro e melhorar a experiência dos sócios."
O pitch row é um sucesso? "Na altura fomos muito criticados. Se tivéssemos o dobro da oferta estaria esgotado. Esgotou tudo. Até disseram 'estás a ver, podia ser mais alto o valor'. Mas está o valor ajustado. O objetivo é sempre dar e melhorar a experiência do sócio, mas primeiro está a sobrevivência do clube. O meu pacto é com o clube."