Galil defendeu três penáltis e marcou um na Taça de Portugal: "Nunca perdi nestas decisões"
Galil defendeu três grandes penalidadese marcou a decisiva, eliminando a Ovarense na Taça de Portugal. Quatro anos depois de ter afastado três equipas da Taça, quando estava no Leça (Oliveirense, Arouca e Paredes), o guarda-redes, voltou a revelar ser especialista nestas decisões, em que foi sempre feliz.
Corpo do artigo
Gustavo Galil foi o grande herói da vitória do Covilhã no terreno da Ovarense, ao ser decisivo nas grandes penalidades. O guarda-redes defendeu três remates dos 11 metros e marcou o da vitória, após o empate ao fim dos 120 minutos (2-2). Galil já tinha revelado dotes de especialista há quatro anos, ao serviço do Leça, num percurso que terminou nos quartos de final. Agora, deseja que este triunfo seja o clique para os serranos, que ainda não venceram no campeonato e ocupam o último lugar da Série B da Liga 3 com apenas dois pontos conquistados.
Contra a Ovarense defendeu três penáltis e marcou o decisivo. Contava ser o herói?
-Sempre que um jogo vai a penáltis, acredito que é o momento dos guarda-redes. Como tenho um bom histórico e tenho-me saído bem nas decisões por penáltis, imaginava que podia ajudar a equipa a passar e graças a Deus assim foi. Defendi três. Depois do segundo que defendi, pedi para ser eu a marcar o seguinte, mas não me deixaram e o nosso jogador falhou. Voltei a defender e aí já me deixaram marcar o penálti decisivo.
Foi a primeira vez que marcou um penálti ou é um especialista?
-Já tinha marcado há quatro anos, quando o Leça foi aos quartos de final da Taça. Marquei o penálti decisivo nos oitavos de final contra o Paredes, depois de ter defendido também.
Tem alguma superstição nessa fase?
-Gosto de rezar. Agradeço a Deus pela oportunidade e, se for da vontade dele, que me possa abençoar para eu ajudar a equipa.
Já foi feliz noutros desempates por penáltis?
-Já fui a quatro decisões dessas, as outras três foram no Leça. Na primeira, contra a Oliveirense, da II Liga, defendi dois penáltis e passámos. Na eliminatória com o Arouca, da I Liga, defendi quatro e também passámos. Contra o Paredes, do CdP, defendi duas e marquei a decisiva. E agora, contra a Ovarense, defendi três, marquei a decisiva e passámos. Nunca perdi nestas decisões. Quando chega a esse momento estou sempre confiante e sinto que os meus companheiros também ficam tranquilos, porque sabem que tenho alguma facilidade. Na roda até disseram: "Vamos ganhar, porque o Galil pelo menos dois vai defender." E acabámos por ser felizes. Quando estava no Leça também sentia que os adversários estavam mais nervosos ao bater. Desta vez não foi o caso, porque já passou algum tempo.
No sábado, o Covilhã correu sérios riscos de ser eliminado da Taça perante uma equipa da distrital de Aveiro...
-Temos de valorizar a Ovarense. Apesar de ser de duas divisões abaixo, é uma equipa com muita qualidade. Tem um plantel com jogadores que já andaram pela II Liga, Liga 3 e Campeonato de Portugal e é uma equipa bem orientada. Está a jogar um futebol bonito e causou-nos muitas dificuldades. Depois do nosso golo abdicámos de jogar e defendemos mais. Sofremos o empate, marcámos o 2-1 e continuámos com um bloco mais baixo, acabando por sofrer o 2-2. No prolongamento estivemos melhor, talvez pela questão física, mas não conseguimos fazer o golo e tivemos de ir a penáltis. Às vezes, as equipas de escalões abaixo ganham, mas ainda bem que não aconteceu connosco.
Este foi o quinto jogo oficial da época e a equipa ainda não conseguiu vencer nenhum nos 90 minutos. O que tem faltado?
-Não começámos a temporada como gostaríamos. Tem-nos faltado um pouco de sorte. Os resultados são sempre pela margem mínima, mas temos muitas coisas para melhorar. Com o tempo e o entrosamento vamos ter mais confiança para os jogos seguintes. Dedicação não tem faltado.
O facto de estarem no último lugar da Liga 3 tem pesado neste arranque?
-Não, o campeonato está no início. Se ganharmos um jogo, subimos logo três ou quatro lugares, porque está tudo muito junto. Incomoda-nos o facto de não ganharmos, não de estarmos em último lugar. Temos trabalhado bastante durante a semana para reverter essa situação. Espero que consigamos já no próximo jogo em casa, contra o Lusitano de Évora, para entrarmos numa maré de vitórias.
Trocou o U. Santarém pelo Covilhã. O que o motivou a fazer essa escolha?
-Quando saí do União de Santarém recebi o convite do Covilhã e, apesar de na época passada ter lutado até à última pela manutenção na Liga 3, é um clube grande nesta divisão. As condições que me ofereceram foram boas e as pessoas foram atenciosas.
Ederson Moraes como referência e tempos de glória no Leça
Definindo-se como guarda-redes "completo", Gustavo Galil tem como referência o compatriota Ederson Morais. "Chegou a jogar nos escalões inferiores de Portugal, no Ribeirão, e conseguiu chegar ao mais alto nível no Benfica e no Manchester City", elogiou o guardião de 27 anos, continuando a descrever-se como jogador. "Sou forte mentalmente, bom no um para um e a jogar com os pés. Além disso, sou muito comunicativo e continuo a trabalhar para evoluir em todos os aspetos".
Sobre o emblema mais marcante onde atuou, Galil não tem dúvidas. "Foi o Leça. Estive lá quatro anos e a última época foi a mais marcante. Assumi-me como guarda-redes titular no futebol sénior, fomos aos quartos de final da Taça de Portugal e fui um dos protagonistas. No ano passado, no União de Santarém, também foi especial, porque me afirmei na Liga 3. Tive bons números, mas ainda procuro uma época mais especial", perspetivou o brasileiro que também tem nacionalidade italiana.