Gabriel Batista: "Tive a honra de escrever o meu nome na história do Santa Clara"
Nos Açores há três épocas, Gabriel Batista foi uma das surpresas na temporada passada, com direito a carimbar passaporte para o regresso à Europa, via quinto lugar. Com 99 jogos, o guardião brasileiro manteve a baliza trancada em 11 ocasiões, com defesas decisivas que colocaram o clube na Liga Conferência.
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Não falha um jogo a contar para o campeonato desde dezembro de 2022, foi o jogador mais utilizado do Santa Clara em 2024/25, com 3 150 minutos, recebeu o galardão de terceiro melhor guarda-redes da época, conseguindo 11 jogos de folha limpa, sem sofrer golos.
A temporada acabou da melhor forma, quer a nível coletivo, com o regresso às competições europeias, quer individual, já que alcançou o jogo 99 na última jornada. Feito o rescaldo, o primeiro objetivo para a próxima época é óbvio: manter o nível.
É o titular da baliza desde que chegou ao Santa Clara, terminou o ano na lista dos melhores guarda-redes da Liga, além de ser o segundo com mais jogos na história do clube. Os recordes pessoais são tão importantes como os da equipa?
—Fico satisfeito pelos recordes pessoais, porque são fruto de toda a dedicação e trabalho diário, mas, em primeiro lugar, vem sempre o clube, e a verdade é que, sem a ajuda dos meus companheiros, não conseguiria alcançar estes registos. Poder ajudar o Santa Clara a fazer uma temporada histórica como a que fez é muito gratificante.
Diria que foi a melhor época da carreira?
—Foi uma temporada marcante e inesquecível em todos os sentidos. Individualmente, não podia pedir melhor. Não é fácil para uma equipa que vem da II Liga jogar o principal escalão. O nosso objetivo inicial era mantermo-nos na I Liga, mas conseguimos um feito ainda maior, com o acesso à Liga Conferência e exibições de destaque contra as grandes equipas do campeonato. Tive a honra de liderar o grupo como capitão e escrever, ao lado dos meus companheiros, o meu nome na história do clube.
Os recordes que o clube alcançou – maior número de vitórias e o menor de derrotas – e o quinto lugar que, de resto, só ficou decidido na última jornada aumentaram mais a pressão de manter a baliza fechada?
—Procuro sempre melhorar o meu desempenho e os recordes que conseguimos ilustram essa dedicação. Foi uma temporada de amadurecimento, aprendizagem e responsabilidade, por ser o capitão de uma equipa recém-chegada à I Liga. Tudo isso moldou um pouco a minha personalidade. Acho que honrei, e vou continuar a honrar, o emblema do Santa Clara.
No jogo com o FC Porto, no Estádio do Dragão, defendeu um penálti que lhe valeu elogios, mas também comentários desagradáveis. Como lidou com esta situação?
—O futebol tem de ser um meio de inclusão e fico triste que ainda exista, em pleno século XXI, pessoas que queiram diminuir outras pela cor da pele. Quem fez esses comentários queria afetar-me psicologicamente e também o meu desempenho na baliza, mas não aconteceu. Nunca deixei que me desestabilizassem, ou ao grupo, e respondi dentro do campo, ao terminar a temporada com o Santa Clara com um lugar na Liga Conferência.
Quais são os objetivos para a nova temporada?
—O principal é continuar a ajudar o clube a competir. Sabemos que será uma época ainda mais difícil, já que teremos uma prova europeia para disputar, mas é uma responsabilidade que é consequência do ano positivo que fizemos. Voltaremos com tudo.