Técnico que lançou o médio portista no Celta gaba-lhe a capacidade física e vê-o “mais como um box-to-box de chegada à área”. A julgar pelos anos em Vigo, a experiência na Arábia Saudita não terá repercussão no internacional sub-21 espanhol. Porta principal de “La Roja” abrir-se-á “naturalmente”, mas é preciso calma.
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Direto ao onze, Gabri Veiga estreou-se com a camisola do FC Porto na primeira jornada do Mundial de Clubes e, nos 68 minutos em que jogou, deixou boas impressões. À distância, a notícia da titularidade do médio espanhol foi recebida com agrado por parte dos que bem o conhecem, entre eles um dos grandes impulsionadores da carreira profissional do reforço azul e branco. A 19 de setembro de 2020, numa receção do Celta de Vigo ao Valência, Óscar García lançou um menino de 18 anos às feras. Cinco anos volvidos, deteta no ex-pupilo um jogador distinto. “Tem um perfil próprio, cada vez mais raro, e vejo-o a aproximar-se de um estilo de médio a fazer lembrar o Steven Gerrard, ex-capitão do Liverpool”, afirma, a O JOGO, o treinador espanhol.
A comparação pode, à primeira vista, parecer exagerada, mas García sustenta. “Aproxima-se muito de um box-to-box com grande controlo de bola e capaz de eliminar as linhas de pressão adversárias. Cria perigo na área. Vejo-o mais como finalizador – e foi algo que trabalhámos com ele no Celta, porque precisava de melhorar –, de chegada à área, do que como criador de jogadas”, detalha o técnico de 52 anos.
Em 2020, Óscar García chamou Gabri Veiga aos trabalhos do plantel principal do Celta em jeito de “teste” e o centrocampista esteve à altura. Nessa época, fez seis jogos e, nas duas seguintes, tornou-se a coqueluche da formação galega, acabando por rumar ao Al Ahli em 2023. “Chamámos o Gabri para ver se se adaptava ao ritmo dos profissionais. Aí, vimos que estava pronto e adaptou-se rápido, confirmando as qualidades que tínhamos detetado nas equipas jovens”, recorda. A capacidade física, um dos fatores que deu nas vistas no duelo entre FC Porto e Palmeiras, já na altura captou atenções. “Sempre foi forte e capaz de repetir esforços. É verdade que esteve na Arábia Saudita dois anos e agora não sei como está nesse aspeto, mas, connosco, apresentou sempre um bom nível”, aponta o treinador.
Internacional sub-21 por Espanha em 13 ocasiões, Gabri Veiga espera afirmar-se de forma inequívoca no FC Porto para aspirar à subida de patamar na seleção. Algo que Óscar García vê com naturalidade, embora faça uma ressalva. “Ambientando-se numa grande equipa como o FC Porto, tudo aparecerá naturalmente. Mas é preciso lembrar que para a posição dele na seleção principal há Pedri, Fabián Ruiz, Merino, Gavi e Fermín, entre outros”, remata.