Reforço do Benfica começou na Colômbia nas quadras de futsal porque não tinha dinheiro para ir para o campo de futebol
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Richard Ríos, reforço do Benfica, iniciou o seu percurso futebolístico no futsal, aos seis anos. De origens humildes, o colombiano nascido em Vegachí, povoação com cerca de nove mil habitantes, a pouco mais de 160 quilómetros da cidade de Medellín, não tinha recursos financeiros para jogar futebol de 11, embora essa fosse a sua obsessão, e foi angariando adeptos no futsal. O talento estava lá todo e chegou à seleção colombiana da modalidade.
Em 2018, chamou a atenção de um treinador de futsal brasileiro, que vira qualidade no jogador, no Mundial sub-20 da modalidade, e a partir desse momento ganhou o passaporte de entrada no futebol brasileiro e logo no Flamengo. Mas nunca perdeu o jeito para o futsal, como o próprio referiu numa entrevista à FIFA. “A maior parte das coisas que faço em campo vem do futsal. Quando domino e piso a bola, quando estou no mano a mano, quando faço uma tabela...”. A estes detalhes poderia acrescentar o drible curto e a capacidade de remate, características bem evidentes no seu futebol.
Pelo gigante do Brasil, foi campeão sub-20 carioca e, em 2020, estreou-se na primeira equipa numa partida contra o Vasco da Gama, que terminou empatada. O destino parecia marcado e, ao terceiro jogo pelos principais, defrontou o Palmeiras. Richard Ríos nem devia lá estar, mas um surto de covid-19 afetou o plantel do Flamengo e o treinador foi obrigado a chamar vários jogadores dos sub-20, entre os quais o agora reforço do Benfica. Em 2021, já a meio da temporada, o emblema do Rio de Janeiro decidiu emprestá-lo aos mexicanos do Mazatlán, mas uma lesão grave (ligamento cruzado anterior de um joelho), tirou-o dos relvados durante sete meses.
Richard Ríos regressou ao Brasil, mas acabou por ver o seu espaço no Flamengo muito reduzido e foi negociado com o Guarani, da Serie B. Neste clube, o arranque também não foi o mais agradável, com duas expulsões no currículo. Viria, no entanto, mais tarde, a redimir-se, marcando o golo que permitiu a permanência do clube no segundo escalão, explica o “Globoesporte”. Em 2023 chegou às mãos de Abel Ferreira, numa transferência de pouco mais de um milhão de euros. Ou seja, teve uma valorização de quase 3000 por cento.