Lateral do Sporting vive grande momento depois da pouca utilização às ordens de Rúben Amorim
Corpo do artigo
Iván Fresneda vive um grande momento ao serviço do Sporting, tendo ganho uma nova vida com Rui Borges no comando técnico, após uma escassa utilização às ordens de Rúben Amorim.
"Quando chego ao Sporting chego com muita ilusão, muito feliz por assinar com uma equipa assim tão grande. Todos os jogadores que chegam a esta equipa nunca sabem a grande dimensão que este clube tem em Portugal. Cheguei sem saber também da pressão que é representar um clube tão grande como o Sporting. Cheguei, comecei a ter alguns minutos nos treinos, nos jogos, mas com uma espécie de lesão no ombro, com uma dor que me estava a impedir de fazer as coisas bem. Acabava os treinos muito frustrado porque sentia que não me estavam a sair as coisas, não estava a demonstrar o nível que eu sempre tive. Uma coisa levou à outra, também acho que aquele jogo na Liga Europa contra a Atalanta, foi um ponto de inflexão, onde percebi que não estava a dar, o ombro não estava a funcionar", recordou, numa entrevista ao Flashscore.
"Senti bastantes dores, naquele golo que sofremos eu nem tentei chocar de ombro com o lateral-esquerdo porque não podia. Depois disso foi chegar aos treinos, falar com o médico, tentar encontrar a melhor maneira. Também falei com Rúben Amorim, ele, com os adjuntos e preparadores físicos tentaram ajudar-me nesse aspeto, sempre tentando fazer algum trabalho antes dos treinos, tentando sempre ajudar-me a perder aquele medo que eu tinha com o ombro. Mas acho que acima disso não era apenas uma dor, um medo, acho que também era um problema grave o suficiente para ter de corrigi-lo. Falei com o míster, ele também percebeu que a melhor maneira era ser operado. Depois da operação foram três meses, três meses em que eu tentei trabalhar o melhor possível para voltar rapidamente e quando voltei a equipa estava a um nível muito alto. Para mim foi difícil voltar a entrar na equipa. Sempre tive muito boa relação com todos, não foi por esse lado, mas o nível a que toda a equipa estava era superior ao que eu cheguei depois da lesão. Tentei sempre trabalhar, tentar merecer mais minutos mas também percebo perfeitamente a ideia do mister. Tinha a equipa, tinha o onze que estava a responder", completou.
O jogador espanhol abordou a presença na linha de três de defesas. "Aquela mudança de lateral para a linha de três também foi um bocado estranha para mim, nunca me senti confortável naquela linha. O míster percebeu isso, nos últimos dias antes de se ir embora voltou a meter-me nos treinos na minha posição de ala direito. Mas é isso, foi um conjunto de fatores, o meu ombro e também o patamar da equipa naquele momento, o facto do míster perceber que se calhar naquela altura havia jogadores melhor que eu. Acho que merecia mais minutos naquela altura, mas acho que também foi uma aprendizagem muito boa para mim. São os momentos difíceis que te tornam mais forte, onde aprendes mais, a trabalhar contigo mesmo, e foi o que fiz neste tempo todo", vincou. "Com Rúben Amorim, com o curto período com João Pereira, trabalhei sempre muito na sombra e tentei sempre fazer o melhor possível quando tive minutos", assegurou.
No passado mercado de janeiro, muito se falou sobre uma possível saída, rumo ao Como, de Itália. "É óbvio que não é fácil, sobretudo quando não sabes com o que te vais deparar no futuro, mas também são as coisas mais bonitas no futebol, mudam de um dia para o outro. Sempre tentei trabalhar, sempre tentei fazê-lo bem e no mercado de inverno foi igual. Tentei sempre estar relaxado, a falar com os colegas, a desfrutar. Porque se fossem os últimos dias, teria desfrutado. Fiz tudo normal. No futebol, no desporto, na vida em geral, o aspeto mental é uma das coisas mais importantes. E também tens de saber gerir os teus pensamentos, tentar sempre procurar o lado positivo. Quando tudo é bom, sabes que vai chegar um momento mais difícil, quando chega a altura em que tu tens de te tornar forte mentalmente para lidar com isso", disse.