"Francisco Moura? As circunstâncias do mercado não nos levam só a vender porque queremos"
Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, foi um dos oradores do Thinking Football Summit
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SAD do Famalicão estrutura bem montada: "Penso que sim. O caminho que estamos a fazer dá-nos garantias que estamos no caminho certo. Como disse aqui, é um caminho muito à volta do jogo e dos jogadores. Felizmente, e basta ver ao longo destes últimos anos, temos dado a muitos jogadores. Continuamos a ter uma grande equipe. Acredito que o Famalicão está com um plantel muito equilibrado, com jogadores de muita qualidade e estamos muito confiantes com o que aí vem."
Segredo do sucesso: "O Famalicão tem recrutado muito. Muitas vezes erra, muitas vezes erra. Tentamos que neste equilíbrio se acerta mais do que se erra, mas a verdade é que a nossa procura por jogadores de qualidade, com o perfil bem identificado. Jogadores jovens, que possam verdadeiramente aportar a qualidade ao Famalicão e, no futuro, a outros clubes. E essa escolha criteriosa e este desenho bem definido sobre o que são os nossos jogadores, sobre qual é o perfil de cada jogador que terá valor para jogar no Famalicão, penso que tem sido a chave importante para este caminho."
Famalicão fornecedor de talentos: "Pode dizer-se que o Famalicão procura jogadores de qualidade para nós, que acreditamos que possam ser ainda melhores no tempo e o grande desafio que temos é ter um clube cada vez mais forte do ponto de vista de estrutura para os fazer melhorar. Por um lado, recrutamento, scouting, onde atuámos muito, e, depois, dentro de portas, uma estrutura cada vez mais apetrechada e cada vez com mais qualidade para fazer melhorar o jogo. Por isso, se calhar, podemos dividir em duas etapas: uma de recrutamento e outra de trabalho com o jogador. E, naturalmente, acreditamos que este caminho é um caminho onde vamos pretender manter-nos, porque, se repararem, a média de idades que o Famalicão tem sido sempre na casa dos 20 anos. Também os jogadores que saíram, curiosamente, estamos a falar de um padrão muito semelhante. Todos jogaram muitos jovens no Famalicão e todos saíram muito jovens, como o Ugarte, o Pote, o Luiz Júnior, o Alexandre de Penetra, o Iván Jaime, o Otávio... Todos eles saíram em idades ainda precoce, mas também começaram assim. Se repararem, o Gustavo Sá já tem mais de 50 jogos na I Liga, o Luiz Júnior saiu ainda muito novo, com mais de 100 jogos na I Liga...E esse espaço competitivo que o Famalicão procura dar ao talento, que procura dar à qualidade, leva-nos a este patamar de desafio, de melhorá-lo, mas também com o jogo. Melhorá-los à semana e ao fim de semana semana. E acredito que hoje o Famalicão volta a ter um plantel muito forte, um plantel de valor comercial elevadíssimo e acredito que este caminho é para se manter".
Saída de Francisco Moura: "As circunstâncias do mercado não nos levam só a vender porque queremos vender. Muitas vezes, entre a vontade do jogador e o que está em cima da mesa, leva-nos a que isto aconteça. A nossa tarefa é, essencialmente, arranjar soluções, mais do que soluções de contrato, mais do que soluções de vendas ou de valores, soluções para a posição, continuarmos a manter o futuro do Famalicão. Já saíram muitos jogadores, muitos outros irão sair também e o Famalicão mantém-se sempre com um nível alto. Esse sim é o nosso verdadeiro desafio, porque, se reparar, à saída do Ugarte, do Pote, do Iván Jaime ou do Otávio, que foi no último dia de janeiro, poderíamos pensar que a seguir não há muito. Mas a verdade é que vai sempre haver muito. Vai sempre haver outros jogadores. Vai sempre haver processo. Importante é mantermos uma visão e uma filosofia bem definida e trabalhá-las."