O diretor de comunicação e informação considera que há "diferenças de tratamento" da parte das altas instâncias do desporto português, dando o exemplo de Fernando Madureira.
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Francisco J. Marques voltou à carga em relação às claques do Benfica. Esta terça-feira, no programa Universo Porto da Bancada, o diretor de comunicação e informação do FC Porto condenou a inércia do Instituto Português do Desporto e Juventude em relação ao tema, utilizando uma acusação contra Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, como exemplo comparativo.
"O IPDJ acusou o Fernando Madureira de incentivo ao ódio e à violência, por causa do lamentável cântico alusivo à Chapecoense. O Fernando Madureira incorre de uma acusação que pode levar a dois anos de interdição dos estádios. Sobre esse caso não tenho muito a dizer. Quem assistiu a isso sabe não foi um cântico organizado pela claque. O que importa é estabelecer a comparação entre o que acontece quando há um excesso de um grupo de adeptos do FC Porto, não da claque. Aquilo não foi algo ensaiado, como atestam as imagens de vídeo. Há que fazer a comparação entre isso e o que acontece às claques ilegais do Benfica, que causam, inclusive, fatalidades, como aconteceu em abril", afiançou Francisco J. Marques, referindo-se à morte do italiano Marco Ficini, que se deslocou a Lisboa em abril para assistir ao dérbi Sporting-Benfica.
"O IPDJ tem o problema do Estádio da Luz e não se dignou a prestar o menor esclarecimento. Há uma profusão de notícias sobre o claro e indesmentível apoio do Benfica às claques ilegais. No jogo da Supertaça, todo o país pôde ver elementos do Benfica a prestarem apoio à claque do Benfica. A Federação permitiu que a claque do Benfica entrasse mais cedo do estádio. Se não estão registados, não podem colocar tarjas. O IPDJ, a Federação... Continuamos a viver num regime de exceção, em que tudo é permitido à claque do Benfica, feita de elementos clandestinos. E depois temos o IPDJ a querer responsabilizar o Fernando Madureira por um cântico que não foi da autoria da claque", prosseguiu o dirigente do FC Porto, no programa Universo Porto da Bancada. "Enquanto houver diferenças de tratamento, isto não é desporto. É nisso que continuamos a viver. O IPDJ tem o dever de prestar esclarecimentos públicos. As claques do Benfica só estão sob a alçada de uma entidade, a UEFA. Em Basileia, houve novamente problemas e a UEFA abriu um procedimento disciplinar", acrescentou.
"As autoridades desportivas e de segurança têm que fazer alguma coisa. Quando Fernando Gomes escreveu aquele texto, a secretaria de estado veio logo dar apoio. O futebol português não precisa de apoio, precisa de ação. Corremos o risco de ver outra morte", rematou Francisco J. Marques.