Internacional em 21 ocasiões, falhou por pouco a glória dos Magriços, em 1966, em virtude de lesão. Marcou eras em Alvalade como jogador e treinador, sendo campeão nas áreas profissional e de formação.
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Fernando Mendes, para tantos o "eterno capitão" do Sporting, faleceu ontem, em Lisboa, aos 78 anos, vítima de doença prolongada. Internacional por Portugal em 21 partidas, o antigo médio sagrou-se campeão nacional de leão ao peito por três vezes dentro de campo e numa outra, sentado no banco no cargo de treinador principal dos verdes e brancos, ao quais esteve ligado décadas, acumulando cargos de responsável no futebol profissional e de formação. A família leonina fica mais pobre. O futebol nacional também.
Natural de Seia, Fernando Mendes mudou-se para a capital aos 10 anos, ingressando nos escalões jovens do Sporting, clube do seu coração. Campeão de juniores numa geração valorosa, subiu veloz à equipa de honra e foi campeão nacional na época 1957/58, com os últimos sobreviventes dos Cinco Violinos: Travassos e Vasques. Tinha 21 anos e quatro anos depois voltou a envergar nova faixa de campeão, já como capitão de equipa. Em 1964, na finalíssima de Antuérpia, foi ele o primeiro a erguer o mais importante troféu conquistado pelo futebol dos lisboetas: a Taça dos Vencedores de Taças, ganha ao MTK de Budapeste. Um ano depois, Fernando Mendes sofreu uma lesão grave durante o apuramento para o Mundial de 1966, ante a Checoslováquia. Sem poder jogar, seguiria na comitiva para a competição como prova de apreço pela dedicação, mas não foi mais o mesmo jogador, encerrando a carreira em 1967, no Atlético.
Marcante como técnico, deixou marca sobretudo... em Alvalade. Fez da equipa de 1979/80 campeã, impedindo o tri do FC Porto, e conquistou títulos nacionais nos juniores leoninos. Voltaria a comandar a equipa principal interinamente em 1995/96 e 2000/01.