FC Porto tem sido superior ao Benfica nos lances de laboratório que, aliás, decidiram a final da Taça de Portugal entre as duas equipas.
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Poucos meses depois de o FC Porto ter ganho ao Benfica a final da Taça de Portugal (2-1) com dois golos de Mbemba na sequência de livres indiretos, este início de temporada está a confirmar que os lances de laboratório continuam a ser um problema para o Benfica e um trunfo para o FC Porto - tanto a nível defensivo como ofensivo -, rivais que na quarta-feira (20h45) se voltam a encontrar, agora em Leiria, para discutir a Supertaça Cândido de Oliveira.
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Pelo menos é o que dizem os números das 10 primeiras jornadas do campeonato. Jorge Jesus assumiu, inclusive, depois do jogo como Gil Vicente, que os minhotos "tiraram vantagem das bolas paradas" e que criaram muitos problemas à sua equipa. "Normalmente, o Benfica não sofre golos de bola parada, só tem um sofrido nesse capítulo", sublinhou. Mas enganou-se. Mesmo sem contabilizar o penálti com o Boavista, os encarnados sofreram dois golos na sequência de pontapés de canto, diante do Farense e do Paços de Ferreira. Já o FC Porto ainda não tem qualquer golo encaixado dessa forma.
Jorge Jesus assumiu, em Barcelos, que o Benfica sentiu problemas nos lances de bola parada. Já para os dragões essa tem sido uma solução em termos defensivos e ofensivos
Amanhã, o quarteto defensivo do Benfica será muito diferente daquele que disputou a final da Taça, [André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Nuno Tavares], mas também é verdade que o FC Porto tem sabido aproveitar as bolas paradas ofensivas: dos 25 golos dos dragões na I Liga, seis foram dessa forma [mais quatro penáltis], enquanto o Benfica contabiliza apenas dois, mesmo com a chegada de Vertonghen, central que contabiliza 53 golos na carreira, mas que ainda só tem um de águia ao peito. Pepe é o único que rivaliza com o belga a esse nível: 45 golos, mas em mais jogos.
Por outro lado, pode dizer-se que os encarnados são mais fortes nas bolas corridas (21 golos contra 11 dos portistas) e nas finalizações na pequena área (sete golos contra nenhum).
CURIOSIDADES
Dragões e águias já vão em 28 titulares
Olhando para todas as competições de uma época em que o calendário apertou devido à covid, tanto Jorge Jesus como Sérgio Conceição têm usado basicamente todos os recursos à disposição. Ambos já usaram 28 jogadores como titulares, mas os encarnados "rodaram" mais, visto que já foram utilizaram 32 jogadores contra 29 dos portistas. A nível de golos, 15 já marcaram pelos azuis e 14 pelos encarnados.
Benfica com mais cabeça ainda assim
O FC Porto aproveita melhor as bolas paradas ofensivas do que o Benfica (seis golos marcados contra apenas dois), contudo, curiosamente, a equipa de Jesus tem mais finalizações de cabeça (seis) do que a de Conceição (quatro). O que quer dizer que tem conseguido responder melhor aos cruzamentos de bola corrida.
Rivais do FC Porto mais mortíferos
As duas equipas têm consentido praticamente o mesmo número de remates aos seus adversários no campeonato: nove o Benfica e 8,9 o FC Porto. Ou seja, em dez jornadas do campeonato, a diferença é de um remate, ainda que os dragões tenham mais dois golos sofridos. Mesmo com os rivais a acertaram apenas 34,8 % dos remates na direção da baliza, enquanto que os do Benfica acertem 42,2%.
Os mesmos golos de fora da área
Com os mesmos três golos apontados de fora da área, as duas equipas divergem no números de golos que marcam dentro da grande área, com o FC Porto a ter 19 naquela espaço contra 13 do Benfica. Mas o Benfica mostra-se particularmente inspirado na pequena área, tendo conseguido sete golos, mais quatro do que os portistas.