Capitão do Boavista considera que o clube axadrezado registou evolução ao longo das últimas épocas e que o objetivo passa por ter o Boavistão de volta.
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É pouco dado a entrevistas e muito sereno e de sorriso fácil, em contraste com a vontade de engolir o mundo quando entra em campo. Não é por mal, mas Idris, o capitão do Boavista, detesta perder.
Há muitas diferenças entre o Boavista que encontrou quando chegou e este?
-Não fui só eu que vi a evolução do Boavista, Portugal inteiro viu. Só podia ser assim, o Boavista é grande, todos sabem a sua história, aos poucos vai recuperar o lugar dele.
As pessoas tinham noção das dificuldades pelas quais vocês passaram?
-Sim, mas como este clube é tão grande não percebiam tão bem as dificuldades, só viam a grandeza deste clube, para elas o Boavista tinha de estar sempre no lugar dele, nos lugares cimeiros.
Acha que agora o clube é mais respeitado?
-Não diria mais respeitado, o clube sempre foi respeitado, mas obviamente que agora somos vistos de outra maneira.
O desempenho no campeonato tem melhorado consecutivamente. Na próxima época, é altura de atacar a Europa?
-Se neste ano acabarmos, por exemplo, no quinto lugar, para o ano queremos acabar em quarto. Queremos sempre melhorar e é assim que tem de ser até voltarmos a ser o Boavistão.
Acredita que, em breve, o Boavista vai voltar a morder os calcanhares aos grandes?
-Não tenho dúvidas nenhumas. A forma como vejo o clube, as pessoas da Direção, os jogadores, os adeptos... em breve, o Boavista vai voltar a ser o que era.
Sente-se um símbolo do Boavista?
-Não diria que sou um símbolo... este clube é grande, há muita história, há muitos jogadores que passaram aqui e que fizeram muitas coisas boas. Eu quero escrever a minha história. Não consigo explicar o amor que tenho por este clube, que me passaram. Gostaria de ser um símbolo, mas ainda não sinto isso.
O que falta?
-Por exemplo, um título de campeão nacional. Mas não estou a sonhar. Estou a falar mesmo com convicção e crença de que é possível, de que posso fazer isso aqui, ou ganhar a Taça de Portugal, ir à Liga Europa, ou por que não à Liga dos Campeões.
É muito interventivo nos treinos e no balneário?
- Sou um pouco chato no balneário, nos treinos, nos jogos, mas é por bem. Quem não me conhece poderá ter outra imagem de mim, mas eu só quero que a minha equipa ganhe, que desfrutemos.
Há quem olhe para si dessa forma, agressivo num mau sentido?
-De frente nunca se me dirigiram dessa forma. Mas provavelmente sim. Sei o temperamento que tenho dentro do campo e às vezes as pessoas podem pensar isso.
É verdade que é dos que ficam mais mal humorados depois das derrotas?
-Sim... não suporto perder! Mesmo que perca 1-0, seja onde for, não consigo... Às vezes até depois dos treinos chego a casa chateado, mas depois passa. Também é verdade que fora de campo tenho uma maneira de ser muito diferente, não tem nada a ver. Mas lá dentro transformo-me.
Pela primeira vez em muito tempo parou por lesão. Tem muitos cuidados no dia a dia?
-Tento cuidar-me ao máximo. Deitar-me cedo, descansar... quando não estou a fazer nada estou quase sempre deitado a ver televisão. Tento comer bem e evitar coisas que não devemos comer. Não bebo bebidas com gás e nos treinos não vou a meio termo. Vou sempre ao ginásio preparar-me.