Declarações de Tozé Marreco, treinador do Tondela, na antevisão ao jogo da Supertaça com o FC Porto, agendado para as 20h45 de sábado, em Aveiro.
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Preparação: "O trabalho tem sido na base da exigência do compromisso e da organização. Tem sido uma pré-época que me deixa contente. Houve abertura dos jogadores para as nossas ideias e o que queremos implementar. Estou contente com esse trabalho. Depois, a preparação do jogo foi igual a outro qualquer. A diferença é que jogamos com uma grande equipa. As premissas são as mesmas. A jogar com uma equipa contra o Porto tem muita coisa que nos pode fazer mal e muito poucas que podemos explorar. Temos de ser minuciosos."
Limitações nas contratações: "Primeiro, efetivamente o Tondela enfrenta uma situação que nenhum clube enfrentou na sua história [não pode fazer contratações]. Causa muitas dificuldades, mas sabia das regras desde início e aceitei sabendo dessas premissas. É uma condicionante grande. Relativamente ao jogo com o FC Porto, se para nós a nível emocional não chega o facto de podermos entrar na história... Mesmo o facto de não ser feita nenhuma pergunta sobre o Tondela na conferência do Sérgio é indicador claro de que ninguém acredita em nós. Se não formos nós a ter essa vontade de fazer história, não vale a pena. Temos de ser organizados. Não chega correr. É preciso muita organização. Não duvido que estamos preparados. O condicionamento que temos não será desculpa. Não vou usar isso como desculpa. Se perguntarem ao diretor-desportivo ou ao diretor-geral não houve um dia que perguntei por mercado. Vou ser o primeiro a dar a cara à luta."
Ideia de jogo: "Sendo no Oliveira, na Académica, ou aqui em Tondela. Falei das premissas há pouco. A preparação do treino é feita em função do adversário, em função da análise, em função do que podemos explorar e do que nos podem causar. Sabemos que falamos de um FC Porto fortíssimo em todos os capítulos. O que ouço falar só de grito e raça é redutor para o FC Porto destes anos. Aquilo que chamam de grito é reação à perda, é saber o que fazer no momento da transição defensiva. É das equipas mais fortes a fazer isso. Ofensivamente, tem largura, mete homens entre linhas, expõe-se nesse momento porque tem um dos melhores centrais do Mundo, que resolve muitos problemas na transição. Tem muitas coisas fortes. O nosso objetivo foi preparar cada um desses momentos para projetar ao máximo o que se vai passar no jogo. E depois, ao contrário do que se pareça, não vai fazer 11-0. Sabemos o que fazer com bola."
Baixas no FC Porto: "Estou à espera de um FC Porto com muitas soluções. O Sérgio tem sido extremamente competente ao longo destes anos. Tem um grupo de 29 ou 30 jogadores em que não joga o Diogo, joga o Marchesín. Se não jogasse o Zaidu, jogava o Wendell, não joga o David ou o Fábio, joga o Marcano. Há muitas soluções. É lógico que estou à espera do Marchesín, do Zaidu, do João Mário, do Marcano e do Pepe, do Grujic, do Uribe, do Galeno, do Pepê, do Evanilson e do Taremi."
Gerir emoções num plantel jovem: "Com trabalho. Prepará-los durante a semana para o que aí vem. Trabalhámos muito para isso. Depois ter consciência e dizer que estão preparados. Mas se não tiverem ambição de jogar estes jogos, com estádios cheios, contra equipas grandes, não estamos aqui a fazer nada. Eu quero é estes jogos. Quero estádios cheios, quero títulos em disputa, nenhum deles disputou uma Supertaça. Têm de a disputar hoje e querer disputar amanhã. Tenho esta oportunidade e quero repeti-la. Tem de ser esse o foco. Sabendo que não podemos já pôr essa pressão nos rapazes de assumir essa responsabilidade. Mas se tiverem de a assumir, estes rapazes e esta equipa têm de crescer rapidamente."
Estreia e logo a disputar uma Supertaça: "É a estreia neste contexto. O nosso percurso tem vindo desde baixo e tem sido patamar a patamar, mostrando que temos sido competentes em cada patamar. Fomos competentes e por isso é que aqui estou hoje. Não estou aqui porque fiz 30 ou 40 golos. Entro às 08h00, saio às 20h00 ou 21h00, mal vejo o meu filho, é para trabalhar. O que quero é que a equipa seja o que nós preparámos. Esse vai ser o meu foco. O que foi treinado durante a semana e durante a pré-época. Agora diz-me: "quer ganhar a Supertaça?". Claro que quero."
Jogo da Taça de Portugal poderá ajudar? "Observámos sete ou outo jogos completos do FC Porto. Obviamente que o da final da Taça foi um deles. Agora, o meu discurso desde início tem sido: o que passou, passou. O meu foco é muito para este ano e quero que o foco deles seja para o que aí vem. Há jogadores que mudaram, que acrescentaram dinâmica diferente. A premissa tem coisas em comum. Algumas coisas aproveitámos, outras nem tanto. Mais importante é a experiência que os jogadores tiveram nesse jogo e que podem aportar para este jogo."
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