A equipa B do Sporting ainda não perdeu e tem sido espaço competitivo para jogadores com passagem pela equipa A. Em entrevista a O JOGO, o treinador Filipe Celikkaya defende que há mais joias prontas a dar o salto.
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A equipa B do Sporting está de regresso após dois anos de hiato - em 2017/18 terminou a II Liga em lugares de descida e foi desativada. O clube viveu momentos conturbados entretanto, a Direção mudou (saiu Bruno de Carvalho e preside o emblema Frederico Varandas), e no ano do regresso os leões foram buscar o até então adjunto de Luís Castro no Shakhtar Donetsk, Filipe Celikkaya, para assumir o controlo e ajudar o talento da formação a ultrapassar barreiras e chegar mais preparado à equipa principal.
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A O JOGO, o técnico faz um balanço dos primeiros meses, no que representa também um regresso a casa (esteve no clube de 2015 a 2017). Uma casa que, garante, encontrou diferente, para melhor, na questão humana e nas infraestruturas. A forte aposta na formação levada a cabo pelo elenco de Varandas e pelo técnico Rúben Amorim na equipa principal, deixam Celikkaya orgulhoso. E será mesmo possível conquistar a Liga com miúdos da casa? Celikayya fugiu à questão: "Mas essa pergunta é para mim? Não sei o dia de amanhã. Tenho dificuldade em responder, estou noutro contexto, no da equipa B."
Que balanço faz do regresso da equipa B num período complicado até socialmente?
Não gosto muito de fazer balanços, gosto mais de evidenciar o que tem sido o coletivo e a organização da estrutura do Sporting desde o momento em que entrei até hoje. Tem sido muito bom.
Que objetivos e metas foram definidos com a estrutura?
O grande objetivo é formar jogadores para a equipa principal. Estamos determinados e focados. Tem sido trabalho diário de grande dedicação de todos, de toda a estrutura. Os jogadores têm sido resilientes e com demonstrações de grande efetividade no seu trabalho.
"O objetivo é formar para a equipa A e estamos a articular o trabalho com Rúben Amorim de forma vertical"
Como é feita a coordenação com a equipa principal e com Rúben Amorim?
Estamos a articular de forma muito vertical. É uma relação que surge de forma muito natural. A comunicação com as outras equipas existe. Há à vontade na troca de informações e opiniões técnicas.
O que lhe pede Rúben Amorim, sendo que não há um modelo de jogo transversal...
Não tem a ver com o modelo por si só. O que é importante é termos qualidade nos jogadores e essa qualidade ser desenvolvida nos diversos escalões. É o que está à vista nos vários escalões, é o que está a acontecer. Está à vista na equipa principal e futuramente vão surgir mais. Esse modelo de jogo é existente. Não tem que ser necessariamente três centrais, mas em determinados momentos do jogo na equipa B há comportamentos muito idênticos ao que é a equipa principal. Será importante eles passarem por diversos esquemas e dinâmicas para quando chegarem à equipa principal, em alto rendimento e exigência, estarem preparados para todos os problemas que surgirem. A comunicação com o Rúben Amorim é feita diariamente, os jogadores são constantemente avaliados. Há uma troca de informações benéfica.
"A qualidade está à vista e vão surgir mais talentos"
"QUARESMA E JOELSON? QUE JOGUEM, SEJA ONDE FOR"
Trabalha com jogadores "da" equipa principal, como Quaresma, Joelson... Qual o sentimento deles e a motivação nesses momentos de alternância e de "queda" na B?
É muito importante para eles, sendo jovens que são, com futuro muito grande pela frente, terem a oportunidade para competir seja em que escalão for. Sinto-os motivados por estarem a jogar. A vedeta de um clube como este é sempre a equipa. Através de uma equipa que tenha comportamentos de grande exigência, as individualidades aparecerão com naturalidade.
O aproveitamento na equipa principal dá alento especial, motivação extra? Eles sentem e acreditam que vão ser realmente aposta?
Sim. Sinto isso. Tem sido um grande trabalho da administração do Sporting e do treinador principal, Rúben Amorim.
A subida de divisão é um objetivo prioritário? É aconselhável competir em escalão superior?
O nosso grande objetivo é colocar jogadores na equipa principal. E nisso que estamos focados e é nisso que trabalhamos. É o caminho de toda a estrutura da formação. Que quem entre na formação do Sporting realize um percurso, com maior ou menor dificuldade, que os deixe preparados quando chegarem à equipa A. Se não estiverem preparados, têm que ter ainda desafios que promovam esse desenvolvimento para quando forem chamados novamente estarem preparados.