Sá Pinto superou Abel Ferreira na estratégia de guardar os melhores para um jogo da Liga Europa.
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Desde a criação da Liga Europa em 2009/10, não há memória de um treinador do Braga ter remodelado por completo a equipa de um jogo para o outro, com o claro objetivo de poupar os melhores para o compromisso europeu seguinte. Sá Pinto fê-lo em consciência frente ao Gil Vicente, em Barcelos, e no final da partida até sublinhou que "faria tudo exatamente igual", apesar do empate (1-1). Depois da desilusão na época anterior, os bracarenses apostam forte no apuramento para a fase de grupos e o treinador quer apresentar os melhores contra o Spartak, em Moscovo, na segunda mão do play-off, depois da vitória por 1-0 na Pedreira, na primeira mão. Em caso de êxito, estão em causa o prestígio internacional do Braga, o ranking do futebol português e o encaixe imediato de 2,92 milhões de euros, estando já garantidos nos cofres do clube 280 mil euros pela participação da terceira pré-eliminatória.
É muito dinheiro para a SAD do Braga e mais poderá entrar: na fase de grupos, cada vitória renderá 570 mil euros, cada empate 190 mil, estando previstos prémios de um milhão para o vencedor de cada grupo e de 500 mil para o segundo classificado. Por ter essas contas bem presentes há duas épocas, Abel Ferreira recorreu precisamente ao estratagema de guardar uma mão-cheia de trunfos num jogo contra o V. Setúbal antes de outro com o Hoffenheim, na Alemanha, mas não foi além de seis poupanças: Esgaio, Raúl Silva, Sequeira, Vukcevic, João Teixeira e Dyego Sousa. Valeu um precioso triunfo, por 1-2, numa altura em que os bracarenses já disputavam a fase de grupos.
Ciente do carácter decisivo que envolve o reencontro do Braga com o Spartak, Nuno Capucho compreende a opção tomada por Sá Pinto. "É o jogo mais importante da época para o Braga, porque ficaram de fora da fase de grupos na época anterior. É importante até para o futebol português que consigam o apuramento. O Sá Pinto quis dar frescura física à equipa, agora falta saber se dará resultado", comentou o treinador, sublinhando que os jogadores utilizados em Barcelos "têm valor suficiente" para serem titulares. "Não foi por causa dessa remodelação profunda que o Braga empatou, houve mérito do Gil Vicente", sentenciou. Este é o quarto play-off disputado pelos arsenalistas e o saldo até positivo. Só em 2013/14, contra o Pandurii (Roménia), não levaram a melhor.
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