O Boavista está em quarto lugar no campeonato, mas Pedro Malheiro garante, em entrevista exclusiva a O JOGO, que no balneário dos axadrezados não se fala no regresso às competições europeias.
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Totalista do Boavista, com 630 minutos, Pedro Malheiro tem estado em destaque numa equipa que tem sido uma das surpresas do campeonato.
"O Boavistão ganhava títulos. Para já, isso não podem dizer de nós"
A paragem no campeonato surge numa boa altura para o Boavista ou preferiam continuar a jogar?
-A pausa vai fazer bem ao grupo para limar algumas arestas. Estamos num ciclo de jogos muito positivos e, na última jornada, vencemos o Sporting, um resultado que muitos não estavam à espera. O grupo está unido e acreditámos nessa vitória.
Ainda nas nuvens depois da vitória frente ao Sporting?
-Não. Foi uma vitória, três pontos, já passou. Há que pensar já no jogo com o Famalicão.
Qual foi o segredo para esse triunfo?
-Foi uma vitória com sabor especial por ser contra o Sporting, mas valeu apenas três pontos.
Até onde pode ir o Boavista?
-Não pensamos muito até onde podemos chegar, porque é muito cedo. Não vale a pena pensar muito à frente. Temos de pensar jogo a jogo.
Esse é um discurso para tirar pressão à equipa?
-Não, a ideia não é essa. Trabalhamos diariamente para fazer o nosso melhor e conquistar os três pontos, sempre com o apoio dos nossos adeptos, porque isso é fundamental.
A Europa começa a ser falada no balneário?
-Não podemos pensar muito nisso, porque hoje estamos bem e amanhã podemos não estar.
A equipa está a superar as expectativas?
-Não. Mantivemos muitos jogadores da época passada e isso é fundamental, além de que chegaram reforços com muita qualidade. Temos um grupo muito bom.
Quando lhe falam do Boavistão, o que sabe disso, até porque tinha quatro meses quando o Boavista foi campeão?
-O Boavistão ganhava títulos. Para já, isso não podem dizer de nós, só ganhámos alguns jogos. É muito cedo para falar de nós como o Boavistão.
Tem noção do que é a mística do Boavista?
-Sim, sou da formação do Boavista e estou cá há seis anos. Mesmo antes de chegar já sabia que os jogadores do Boavista são normalmente aguerridos. Sempre me incutiram isso, inclusive nos juniores, e quando subi aos seniores já sabia a importância de um jogador ter a raça e a mística do clube.
Ter um treinador como Petit é fundamental para transmitir essa mística?
-Sim, é um treinador que conhece bem a casa, que foi jogador do clube e que esteve nessa equipa do Boavistão. É importante a presença dele para transmitir essa mística.
Como é que ele é no balneário?
-Tem as suas ideias, está a fazer um bom trabalho e os resultados comprovam isso mesmo. Ele tenta unir sempre o grupo e isso é fundamental.
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Petit pressiona-o muito?
-Não, não. É um treinador que sabe transmitir as ideias para dentro do campo e que dá confiança aos jogadores. A pressão é boa, porque é um treinador que quer ganhar.
Qual é a posição em que gosta mais de jogar?
-A minha posição é lateral, mas a lateral ou na ala tento dar o melhor. Jogo onde o míster achar que posso render mais.
Este sistema com três centrais é bom para si ou preferia jogar numa linha de quatro?
-Este sistema é bom e a equipa está a corresponder muito bem e a ganhar.
É um dos poucos jogadores do campeonato que disputou todos os minutos. O que representa isso para si?
-É o corolário do trabalho. Sinto-me confiante e bem fisicamente.
Como jogador da formação do Boavista, como vê o aparecimento de tantos jovens na equipa principal?
-O Boavista está a apostar muito forte na formação. Falo por mim, que fiz parte da formação, o que me leva a ter um sentimento especial por esta casa. Temos ainda os exemplos do Martim Tavares, um jovem que foi lançado pelo míster Petit, o Berna, o Pedro Gomes, o Joel e o Dabo, que até já se estreou na equipa principal. O Boavista sai valorizado e os miúdos também.
Apesar de só ter 21 anos, já se sente um jogador da casa?
-Sim. Quando estava na formação via alguns miúdos a subir aos seniores e eles eram um exemplo para mim. Hoje os mais novos podem ver-me como exemplo.
Até onde pode chegar o Martim Tavares?
-Tal como eu, o Martim também tem de continuar a trabalhar, ainda é muito cedo para falar. Tem apenas 18 anos de idade e o futebol muda muito depressa, tem de ter os pés assentes na terra. Tem de trabalhar arduamente.
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