Duarte Gomes e o possível penálti sobre Deniz Gul no clássico: "Há um esticar de camisola"
Diretor de arbitragem da FPF reconhece que há um agarrão de camisola de António Silva a Deniz Gul no clássico, mas frisa: "Os árbitros e o VAR têm orientações muito claras"
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Duarte Gomes, Diretor de arbitragem da FPF, abordou no programa do Canal 11 "Livre Arbítrio" o lance polémico entre António Silva e Deniz Gul aos 88' do clássico FC Porto-Benfica.
"Há quem diga que é penálti porque o agarrão pode ser suficiente. Os árbitros e o VAR têm orientações muito claras da nossa parte e que assumimos, dadas aos clubes e à imprensa. As instruções são para punir infrações claras e óbvias. Aqui nunca pode intervir o VAR porque não é absolutamente evidente que o árbitro errou em campo. Quando não há evidência, não queremos uma intervenção. Intervenção é paraquedas, só abre quando é óbvio e este não é. De facto, há um esticar de camisola. Há um desequilíbrio, perturbação, mas no movimento de marcação. É muito comum o uso das mãos quase no limite da lei. Mesmo no universo de pessoas razoáveis, é um lance que gera dúvidas e por isso não queremos punição. O futebol não quer faltas e faltinhas, queremos à inglesa, que se deixe jogar. Neste tipo de lance, para que fique claro, na dúvida é para não punir", comentou.
E acrescentou: "O lance é mesmo muito cinzento e há pequenos fatores que podem justificar a falta. Se o árbitro tivesse assinalado penálti neste lance também não queríamos intervenção porque não era claro que tinha errado. Por serem dúbios, inserem-se na não punição. Vale também para empurrões, carregar, queremos que prevaleça o jogo fluido e não a infração. Sabendo que muita vezes vamos errar, mas a consistência em campo e o momento da linha de intervenção do VAR são as maiores dificuldades da arbitragem mundial."