Em dia de aniversário, o responsável pelo projeto sublinha que o principal objetivo é continuar a expansão de uma forma sustentada. Ricardo Ramos, da direção executiva do projeto, está orgulhoso do processo de crescimento, mas diz que ainda há muito a fazer. 26 % dos atletas da formação “nasceram” nas escolas.
Corpo do artigo
No dia em que completa o 16.º aniversário, a Dragon Force assume-se como um projeto em constante crescimento e que tem como principal premissa incutir a “cultura e a mística” dos dragões, num contexto de desenvolvimento das capacidades dos atletas para jogar futebol, com base no “crescimento sustentado de cada um”. Ricardo Ramos, da direção executiva do projeto Dragon Force, abordou, a O JOGO, o processo de desenvolvimento, aliado à sustentabilidade.
“O crescimento tem sido enorme, sempre feito de uma forma muito sustentada, com a criação de parcerias cirúrgicas, buscando também sempre a sustentabilidade. É importante haver um equilíbrio entre a parte comercial e a parte desportiva. Mas há três fatores que são fundamentais. Em primeiro lugar, são as pessoas que aqui trabalham, que são extremamente dedicadas, excelentes profissionais, com um compromisso acima da média. Depois, o sistema de gestão da qualidade. E, por fim, a relação muito estreita que existe com o futebol de formação e o departamento de scouting do FC Porto”, referiu.
Além disso, a aposta na formação contínua dos seus treinadores também contribui para números cada vez mais interessantes: 26% dos atletas da formação do FC Porto “nasceram” nas escolas Dragon Force. “São já 324 alunos que se transformaram em atletas do FC Porto, 90 dos quais estão hoje no clube”, referiu o dirigente, antes de dar exemplos. “Temos o Rodrigo Mora, que veio da Dragon Force de Custóias, o André Oliveira, da Dragon Force de Grijó, o Gonçalo Sousa e o António Ribeiro, da Dragon Force de Ermesinde. São os quatro que estão hoje no patamar profissional”.
Ricardo Ramos salientou a importância de dar seguimento ao processo de expansão. “Queremos consolidar o que temos e continuar a expandir de forma sustentada, queremos criar cada vez mais projetos internacionais e criar cada vez melhores condições para que o número de alunos continue a crescer”, frisou.
- A nossa intenção é demonstrar a força e a dimensão que existem no projeto Dragon Force, através da presença aqui de todos os coordenadores de todas as escolas, com a presença do diretor de futebol de formação, que irá também transmitir umas palavras, fortalecendo também essa relação entre a Dragon Force e o futebol de formação. Depois é o corte de bolo. A ideia é que o celebrar destes 16 anos se prolongue durante 16 dias, e que consigamos ter surpresas também diferentes nas várias escolas de Dragon Force. Vamos ter também cá a presença do nosso patrocinador, a Retal Mind, que vai estar connosco.
- Tem sido enorme, sempre feito de uma forma muito sustentada, com a criação de parcerias cirúrgicas, buscando também sempre a sustentabilidade. Acho que é importante haver um equilíbrio entre a parte comercial e a parte desportiva. Acho que são duas ferramentas essenciais para o sucesso de qualquer projeto, ainda por cima de um projeto de formação. Mas há três fatores que e são fundamentais. Em primeiro lugar, são as pessoas que aqui trabalham, que são extremamente dedicadas, excelentes profissionais, com um compromisso acima da média, um espírito de entreajuda diferente. Nós estamos a falar de uma área dentro do FC Porto, que tem 350 pessoas hoje a trabalhar, desde coordenadores técnicos, treinadores, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, ou seja, uma série de pessoas, no sentido de proporcionar um dia muito feliz para todas as crianças. Queremos que todos os dias sejam dias muito felizes e que cheguem a casa com um sorriso de orelha a orelha. Depois, em segundo lugar, o nosso sistema de gestão da qualidade. A Dragon Force eu acho que é a única no mundo, pelo menos por onde viajei... E sei que em Portugal não existe, existe sim um sistema de gestão da qualidade nas normas da qualidade de ambiente e no que diz respeito à gestão das instalações. Portanto, a Dragon Force é a única no mundo que tem no âmbito, nas normas ISO 9001-2015, no âmbito da gestão e operacionalização dos jogos de futebol e realização de eventos. Nós fomos certificados em 2010, somos auditados todos os anos por entidades externas e temos passado com distinção, porque conseguimos, entre 2009 e 2010, criar processos e procedimentos que nos garantissem uma avaliação constante, um controle constante sobre tudo aquilo que fazemos, identificando também oportunidades de melhorias que pudessem obviamente melhorar o projeto Dragon Force. Depois, acho que outro fator fundamental é a relação que existe, a articulação muito forte, muito estreita que existe com o futebol de formação e Departamento de scouting do FC Porto. São já 324 alunos que se transformaram em atletas do FC Porto, 90 dos quais estão hoje no FC Porto, o que representa 26%, a nossa porcentagem. Hoje em dia temos bons exemplos, que são o Rodrigo Mora, que veio da Dragon Force de Custóias, o Gonçalo Sousa da Dragon Force Ermesinde, o António Ribeiro da Dragon Force Ermesinde, o André Oliveira da Dragon Force de Custóias. São os quatro que estão hoje no patamar profissional. Em relação à evolução, vamos ter mais nove escolas do que no ano passado. Das 33, 19 são parcerias com clubes, 13 são parcerias com colégios. Estamos em 8 distritos, Porto, Braga, Viana do Castelo, Bragança, Aveiro, Viseu, Lisboa e Setúbal. E depois estamos também na região autónoma da Madeira, onde também crescemos.
- Passa sempre por desenvolver, em primeiro lugar, as competências dos alunos para jogarem futebol. Passa também por brincar. Brincar muito, porque hoje em dia eles não têm tempo para brincar. E muitos não sabem brincar. Depois é continuar a inovar uma ferramenta que acho que é fundamental e que às vezes não dão a relevância necessária, que é a caderneta virtual. E aquilo que nós fazemos em termos de articulação com as famílias, com as escolas, sempre a pensar no aluno que está na Dragon Force. Obviamente que não é para todos, é para aqueles que realmente precisam. E é interessante perceber que os alunos que foram sinalizados para acompanhamento do departamento pedagógico, 75% tiveram aproveitamento escolar. Obviamente que isto é um trabalho muito grande entre o departamento de psicologia e pedagógico, com as escolas, os estabelecimentos de ensino e os encarregados de educação. Na parte da educação também estamos a falar da sensibilização e da consciencialização da parte do departamento de nutrição. E é interessante perceber que dos alunos que foram acompanhados, fizeram mais de 7 mil e tal consultas de nutrição.
A nível nacional é importante expandir. Eu costumo dizer que não sou o pai deste projeto, eu sou o irmão mais velho. Tento fazer as coisas com criatividade, com dinamismo, com total dedicação e responsabilidade. Mas os pais foram o Urgel Martins e o Antero Henrique, eles é que pensaram, definiram as bases, e depois em 2008, convidaram-me para ser o gestor operacional do projeto Dragon Force e foi assim que tudo começou. Aqui com 400 alunos e hoje já são 5500. A nível internacional também temos objetivos de crescimento e expansão. Queremos continuar a expandir cirurgicamente a nível internacional. Nós temos escola no Brasil, em Fortaleza, com cerca de 900 alunos. Temos também em Harare, no Zimbábue, já com mais de 300 crianças. Depois queremos atingir outros objetivos, isto é, queremos atingir o maior número de crianças e estar em todos os distritos do país.
- Acho que sim, e já se está também a verificar naquilo que são as inscrições na Dragon Force. A Dragon Force já iniciou um projeto de futebol feminino há uns anos. Depois, houve uma paragem. Há dois anos, retomou novamente, até para depois, obviamente, entroncar num projeto desportivo para o futebol feminino do FC Porto. E a Dragon Force sempre foi aberta a todas as crianças, todos os géneros. Para nós é sempre importante que exista essa igualdade, que exista essa integração social. E a Dragon Force está sempre muito aberta a essas situações.
- Em primeiro lugar, por ter nascido na vanguarda do FC Porto. E a Dragon Force não é uma empresa, é uma área dentro do FC Porto. Mas é, neste momento, a maior área do FC Porto em termos de número de pessoas. Outro ponto que é essencial e que eu acho que diferencia, é o compromisso que existe. E o compromisso existe também porque na altura certa foram criadas ferramentas através do Sistema de Gestão da Qualidade que definem tudo aquilo que é feito dentro da Dragon Force. Mas basicamente destaca-se a paixão de todas as pessoas que aqui estão. Infelizmente nós não podemos ter aqui toda a gente a trabalhar durante o dia todo, há muitos que só trabalham ao fim da tarde, porque os jogos, os treinos só se realizam ao fim da tarde. Por isso, muitas vezes, têm que ter mais um emprego, ou dois. O essencial é a forma como a coordenação técnica, a coordenação pedagógica, onde englobamos a nutrição, a psicologia, o pedagógico, os fisioterapeutas também, funciona e está articulado permanentemente. O que se vê na Dragon Force, que faz constantemente a diferença, porque não é só o treino que vai ajudar as criança a ser melhor, é a forma como treina, a forma como se alimenta, a forma como consegue gerir a sua gestão emocional.