Grande jogo da oitava jornada da I Liga marcado para as 21h15 de domingo
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Jogo grande com um adversário com novo treinador. Pouco tempo de preparação, o que esperar do jogo? "Tentámos preparar o jogo com muita atenção, vimos os últimos quatro jogos, mas fomos mais longe, com referências do Mourinho em Inglaterra. Temos de tentar perceber o que pode acontecer. De certeza que não fui o único a preparar o jogo da melhor maneira possível. Fizemos o nosso trabalho. Amanhã vamos defrontar uma grande equipa, de Liga dos Campeões, com um grande orçamento. Um clube que vem aqui para competir ao mais alto nível e temos de estar preparados."
Mourinho provavelmente sabe o 11 do FC Porto para amanhã por causa da poupança na Liga Europa. Fez o mesmo com o Benfica? "Como é que ele sabe?! É diferente. Eles jogaram na terça-feira e tiveram quase uma semana limpa para preparar o jogo. Nós jogámos segunda à noite em Arouca e tivemos menos tempo. O cenário é diferente, mas é o futebol moderno, há muito jogos e não vamos usar isso como desculpa. Tivemos menos tempo para preparar. Tivemos uma boa conversa e uma boa sessão com os jogadores e todos treinaram bem. Estamos preparados para amanhã."
Mourinho mandou um abraço e elogiou o futebol do FC Porto. Os mind games de Mourinho ainda são importantes? Rui Costa disse que Benfica não ia perder... "Devolvo o abraço e amanhã terei o prazer de lhe apertar a mão pessoalmente. Há muitas coisas que afetam o desempenho, todas são relevantes. Coisas táticas, técnicas, pessoais, dinâmica dos clubes, muita coisa no futebol que se envolve no meio. Mas a realidade é que o jogo de amanhã é muito importante para nós e o que temos de fazer é estar muito bem preparados. Vamos ter mais uma reunião a preparar o jogo e amanhã, durante o dia, vamos voltar a fazê-lo. Queremos chegar amanhã com espírito certo para conseguirmos o melhor. Podemos ter o melhor plano possível, mas sem o fogo certo não interessa. Amanhã os três resultados possíveis, vamos dar o máximo que conseguirmos, sabendo de onde viemos. No ano passado os dois jogos com o Benfica custaram muito ao FC Porto, com oito golos concedidos e apenas dois marcados, é uma fotografia que temos de ter na cabeça, para respeitar o valor do adversário e para tentar dar um extra para tentar deixar os nossos adeptos felizes."
Benfica mais fraco por causa da virose? "Não estou a brincar, podia estar, mas ontem estive no treino com 38 graus de febre e estou a tomar comprimidos há três dias."
Mourinho disse que não teve tempo preparar equipa: "Estamos a falar de um dos treinadores mais bem sucedidos, com muitos troféus, julgo que 36, grande palmarés e uma grande personalidade do futebol. O que ele representa para o futebol é claro, é uma referência para mim também e por isso tem todo o meu respeito. Teve várias experiencias em vários países. Fez um grande trabalho em Roma, ganhando a Liga Conferência e sei bem o quão difícil é competir na Turquia, naquele tipo de ambiente. A prioridade é o que vamos fazer amanhã, tenho o feeling que não vamos defrontar o Mourinho, mas sim o Benfica. A mente tem de estar conectada com a dinâmicas do jogo, com os quatro ou cinco cenários que podem surgir, fazer adaptações e estar prontos para tudo. Temos de ter a energia certa, frescura nas pernas e nos pulmões."
Mourinho falou do muito trabalho atrás deste FC Porto, com pré-época, mas que FC Porto não é favorito: "Concordo com ele."
Jogo pode ser decisivo para o campeonato? "É um jogo importante, não podemos negar a evidência, mas não vai ser decisivo. Ainda faltam muitos jogos, muitas coisas podem acontecer e, por isso, vai ser um jogo importante."
O que espera do Benfica, que se sente confortável como não favorito: "No passado recente, o jogo do Chelsea é o exemplo perfeito de vários cenários ao longo de um jogo. Uma das principais características das equipas de Mourinho é serem camaleónicas, às vezes mais pressionante noutras mais expectante. Como disse há muitos cenários e temos de estar preparados, até para algo inesperado. O mais importante é como os nossos jogadores vão estar preparados para o jogo e a rapidez com que tomarem as decisões e soluções no campo."
Primeira vez adeptos que ouviu adeptos aplaudirem após golo sofrido (frente ao Estrela Vermelha): "Desde que cheguei, e para não me repetir muito, lembro-me do espírito no Olival, Dragão... Senti muita confiança desde o primeiro dia, algo que não merecia, porque ainda nem sequer tinha treinado. Isso dá uma responsabilidade extra e isso tem crescido dia-a-dia. O apoio tem sido incrível, tanto nos jogos em casa como nos jogos fora. Os adeptos estão connosco e isso exige ainda mais de nós: mais atenção, mais paixão, mais coragem, porque é isso que eles querem de nós e o que nós lhes queremos dar. Isto é a chave. Vamos jogar com todas as nossas cartas para tentar fazer os adeptos felizes novamente."
Vitória frente ao Estrela Vermelha, no final, faz crescer o espírito de equipa? "Sim e não. Preferia ter fechado o jogo na primeira parte, tivemos muitos momentos para colocar o jogo na direção certa mais cedo, mas a vitória no último minuto pode dar muito, mas também pode fazer com que não tenhamos os pés bem assentes na terra. Amanhã temos de ter isso, porque vai ser muito exigente física e mentalmente. Tentámos refrescar a mente e o corpo nestes últimos dois dias, estar mentalmente preparados para um jogo de enorme importância. Todos os detalhes podem ajudar-nos. Não sei se vai ser suficiente, mas acredito que vamos estar com a mente limpa e ainda mais fome e desejo. Não sei se a vitória tardia nos ajudou ou não."
Equipa em condições perfeitas depois de dois jogos seguidos? "O calendário não ajudou, porque jogar três jogos em seis dias não é algo desejável, mas é a realidade. O que fizemos foi claro. O envolvimento do grupo tem sido muito bom e positivo e os bons resultados devem-se à ajuda de todos os jogadores e isso permite escolher o melhor 11 de 22/23 que estão na equipa."
Se ganhar o clássico, será o treinador com melhor arranque do FC Porto no campeonato. Melhor momento da sua carreira? "Para já isso começa com um "se" e isso impede-me de responder de imediato. Os recordes pessoais não contam muito, porque isto é o trabalho de muita gente no clube, departamento médico, equipa técnica. Estive doente nestes últimos dias e eles [adjuntos] ajudaram muito na minha ausência. É uma boa fotografia do que o Porto é, uma cidade de pessoas que vão trabalhar muito cedo e chegam cansados à noite à beira da família. É isso que queremos para representar as pessoas e não com recordes pessoais. No final da temporada veremos onde vamos estar."
Martim Fernandes está de fora, Alberto Costa pronto para os 90 ou Pablo Rosário é hipótese? "Há várias possibilidades, o Alberto está pronto, o Pablo recuperado dos 90 minutos que fez na Liga Europa, amanhã veremos."