Diogo Vila, capitão do Amarante, fala da subida e do título ganho no Estádio Nacional numa final contra o Vitória, bem como da faceta de cabeleireiro antes das decisões e com vista para o Jamor
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Com 34 anos, já um trajeto muito enraizado no Amarante, apesar de uma formação no rival do concelho, Vila Meã, Diogo Vila foi um dos grandes alicerces dos amarantinos na subida à Liga 3, coroada ainda com o título de campeão do Campeonato de Portugal, após triunfo sobre o V. Setúbal no Jamor. O experiente central vibrou com a conquista, até por toda a emoção de uma época embelezada por imensas vitórias, chegada na frente na batalha pela subida a norte, traços definidores de um candidato sem travão e merecedor de um prémio.
"Esta temporada devia durar para sempre, pois o impacto que deixou em todos foi de outro mundo", apressa-se a justificar Diogo Vila, medindo o êxito contra um peso pesado do futebol português, quebrando a tradição dos sadinos. "Jogar contra o Vitória já é um motivo de grande motivação e um prazer enorme devido ao grande clube que é. Tendo sido feita história no Jamor, numa final, melhor ainda", descreve o central, rendido ao que foi vivido. "É um sentimento de missão cumprida."
Esta foi a quinta época a carregar este símbolo ao peito, em três ocasiões fomos à fase de subida, mas não tínhamos conseguido concretizar o objetivo. Desta vez, não só subimos, como fomos campeões nacionais. Foi a cereja no topo do bolo", evidencia, ainda fascinado com a massa humana, que embalou do Tâmega até ao mítico recinto de Oeiras. "Arrepiante é a palavra que me ocorre para descrever tanto o Jamor como os nossos adeptos em elevado número. Foram fantásticos, os melhores do mundo!", define Diogo Vila, dedicando menção bem abonatória ao técnico Renato Coimbra, que se desligou de Amarante, assumindo já um vínculo com o Lourosa. "É um grande treinador, ao longo da sua carreira tem dado provas de muito potencial. Deixou uma marca grande em todos, fez uma amizade com todos, foi sempre uma relação de muita proximidade", explica o central, também um homem com uma atividade curiosa em Amarante. "Sou dono de um salão de cabeleireiro, sendo responsável consigo conciliar as coisas com o futebol. Reconheço que gosto de cortar cabelos, mas o que mais gosto é cortar bolas", sublinha Diogo, gracejando com a moda dos cortes radicais que cobrem celebrações futebolísticas.
"Surgiram muitas brincadeiras antes deste último jogo, um quis pintar o cabelo completamente de branco. Eu levei o material comigo e, na varanda do meu quarto, com vista para o Jamor, aproveitei para cortar o cabelo a alguns colegas antes da grande final. Ricardo Morais foi o mais radical, e o Ka Semedo e o Faisal também quiseram fazer os seus cortes, os normais."