Ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral, Dias Ferreira, elogia os resultados desportivos e financeiros e revela surpresa pelos chumbos dos Relatórios e Contas. Diz que a SAD faz pouco para mobilizar os sócios
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O Relatório e Contas de 2019/20 foi chumbado pela segunda vez (59%) e o de 2020/21 (58) e o Orçamento para 2021/22 (57%) também foram rejeitados em Assembleia-Geral. Perante um ano que valeu o campeonato e muitos títulos nas modalidades, O JOGO consultou Dias Ferreira, candidato derrotado às eleições do Sporting, para perceber as razões que levaram aos votos contra Frederico Varandas.
"Achei que os resultados passariam com normalidade e que tudo fosse aprovado pelos resultados desportivos, mas da forma como são feitas as assembleias não fico muito surpreendido. Não há tentativa de mobilização. Há alterações que são precisas. Vejo uma displicência por parte dos órgãos sociais", contesta o ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral nos tempos de José Eduardo Bettencourt, apontando a desilusão pela forma como as AG têm sido conduzidas: "Deixei de ir às AG, que é o órgão mais importante do clube, e não considero que decorra com a dignidade. Já desde os tempos de Bruno de Carvalho. Só se desloca lá quem quer votar contra. Não se discute nada."
Ainda assim, aponta que Varandas não gera consenso, recusando que os chumbos e vaias tenham vindo de uma fação "Brunista". "O clube está muito fraturado. Não é só por causa de Bruno de Carvalho. O Frederico Varandas não foi eleito pela maioria absoluta dos votos, como a lei exige, e teve uma maioria relativa [42,32%]. Já falei da necessidade de se mudarem os estatutos. Ele manteve um discurso polémico e de crispação com associados e quem pensa um bocado é logo classificado de antisportinguista. Não está a capitalizar os bons resultados desportivos", elucida, vendo o lucro marginal das finanças como "um sinal positivo após um ano e meio difícil".
Considerando esta AG um "ato político", Dias Ferreira não se mostra preocupado com o chumbo do Orçamento 2021/22, mas sim com os sucessivos boicotes aos Relatórios e Contas. "Há eleições em 2022. Se não passarem as contas, essas terão de ser aprovadas algum dia".