"Deveríamos conseguir baixar custos com o plantel em cerca de 15 milhões de euros"
Fernando Gomes, administrador do FC Porto, abordou questões relacionadas com a saída do fair-play financeiro e revelou os valores a pagar em prémios caso os dragões sejam novamente campeões nacionais.
Corpo do artigo
O FC Porto espera sair da alçada do fair-play financeiro da UEFA em 2021, tal como Fernando Gomes confirmou na última segunda-feira e, em entrevista ao Jornal Económico, o administrador financeiro dos dragões vincou a importância de "preservar receitas" nos próximos anos.
"Desafogo nunca será. Basta que o FC Porto num ano não tenha acesso à Liga dos Campeões para voltar a ter algumas preocupações financeiras. Como o fair-play financeiro se aplica à média dos três últimos anos, o que vai ter de acontecer é que num ano bom tenhamos a capacidade de preservar receitas que nos permitam poder ter um ano mau. (...) O grande desafio que a SAD do FC Porto tem nos próximos anos é baixar a factura dos custos salariais, e quando digo isso estou a falar de jogadores, equipa técnica e despesas em geral", assinalou o dirigente, que estabelece um valor para esses cortes:
"Para que as coisas corram relativamente bem, deveríamos conseguir ter custos com o plantel de menos 15 milhões de euros do que temos este ano", revelou Fernando Gomes, que fala ainda sobre os prémios a pagar no caso de o FC Porto alcançar o título de campeão nacional em 2020/21.
"Há sempre um mérito e uma glória em ser campeão nacional. Estamos na corrida para lá podermos chegar. Quem nos dera pagar esses prémios! [Qual é o montante?] Ganhando a Liga e com a presença nos quartos de final da Liga dos Campeões, o FC Porto pagará cerca de 10 milhões de euros em prémios. Significa que nos tirará o conforto financeiro em que estamos neste momento", explicou o administador financeiro dos azuis e brancos, que comentou ainda a ideia da Superliga Europeia, sobre a qual o FC Porto chegou a ser contactado:
"O que desejaríamos seria um acordo estabelecido entre as partes e que não penalizasse quem, em última análise, pouco tem a ver com isto, ou seja, os jogadores. Pessoalmente, não acredito em qualquer acordo. Os 12 clubes da ruptura foram longe de mais, assim como o maior protagonista, o presidente do Real Madrid", rematou Fernando Gomes.