Sporting e Benfica disputam, esta noite, mais um dérbi. Só uma vitória permitirá a um destes dois históricos portugueses chegar a 2025 no poleiro. Rui Borges estreia-se
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É hoje! O dérbi eterno joga-se no Estádio José Alvalade a partir das 20h30. Sporting e Benfica entregam-se num dos jogos mais apaixonantes do futebol nacional e com um aperitivo especial: a liderança. Separados por um ponto, Benfica à frente, a conquista dos três pontos por qualquer um dos conjuntos, significará dobrar o ano no primeiro lugar. Em caso de empate, e com o triunfo de ontem diante do Boavista, é o FC Porto, de Vítor Bruno, que comemora a entrada em 2025 à grande.
Mais pressionado pelos últimos acontecimentos e pela necessidade de demonstrar que continua vivo, o Sporting joga diante dos seus adeptos e tenta apagar a imagem deixada nos últimos jogos, nomeadamente Santa Clara, Moreirense e Gil Vicente, onde perdeu um total de oito pontos.
Mais sólido desde a entrada em ação de Bruno Lage, o Benfica surge no dérbi de cara lavada, e mais empolgado do que nos tempos de Roger Schmidt, onde chegou a ter menos cinco pontos do que os leões, então na liderança. Mesmo com o deslize diante do Aves SAD, com o golo do empate sofrido nos instantes finais (1-1), os encarnados reagiram e passaram o Natal a olhar para a concorrência pelo retrovisor.
José Mota, experiente treinador português, ex-Farense, perspetiva uma partida “intensa” e “muito disputada”, com as “duas equipas a lutarem pelos três pontos”. “Espero um jogo aberto, embora sem muitos golos e a depender muito da inspiração de um ou outro jogador, como por exemplo o Gyokeres, no Sporting, e o Di María, no Benfica”, comentou.
Mota concorda que há nesta altura uma “maior estabilidade” no Benfica, mas nem por isso atribuiu o favoritismo às águias. “Julgo que será, como sempre, cinquenta por cento para cada equipa”. O facto de Rui Borges iniciar a sua carreira de leão ao peito esta noite não será um “fator decisivo” segundo o técnico. “Se o Sporting não impuser o seu jogo no início e demorar algum tempo a pegar no jogo, acredito que o facto de ter um treinador novo pode criar algumas dificuldades. Mas, sinceramente, não me parece que vá ter muito peso no desenvolvimento da partida. E é preciso recordar que nem sempre quem está melhor ganha os dérbis”, advertiu José Mota.
Cinco treinadores para duas equipas
E no histórico dos clássicos esta época, os encarnados venceram o FC Porto, na Luz (4-1), enquanto o Sporting começou por perder a Supertaça para os dragões (4-3 após prolongamento) e vingou-se algum tempo depois para o campeonato, ganhando por 2-0, em Alvalade.
Mais fulgurantes, pelo menos na fase inicial da época, os leões, ainda com Rúben Amorim no comando, destacaram-se pelas inúmeras goleadas, ganhando uma vantagem apreciável sobre os rivais - 70 golos marcados e 26 sofridos contra 59-24 do rival.
Olhando para o mano a mano entre os históricos portugueses, em 322 dérbis, o Benfica tem 139 vitórias, 69 empates e 114 derrotas (546 golos das águias e 492 dos leões). Em 153 dérbis como visitado, o Sporting venceu 75, empatou 32 e perdeu 46, tendo 262 golos marcados e 211 sofridos. Neste século, em Alvalade os leões venceram 11, empataram 8 e perderam... 10.
A falta de estabilidade no comando técnico afetou sobretudo os verdes e brancos. Depois de Rúben Amorim ter deixado a equipa rumo a Inglaterra para orientar o Manchester United, João Pereira assumiu o comando técnico dos leões. Os resultados não foram os esperados e, pouco mais de um mês depois, Frederico Varandas fez marcha-atrás e chamou Rui Borges, ex-Vitória de Guimarães, que irá estrear-se precisamente esta noite. Os leões vão no terceiro treinador enquanto o adversário soma o segundo. A intolerância em relação a Roger Schmidt subiu de tom e nem mesmo uma indemnização milionária a pagar ao treinador alemão travou Rui Costa, que acabou mesmo por colocar um ponto final na relação com o vencedor do título de campeão nacional em 2022/23.