Williot Swedberg joga este sábado pelo Celta num estádio onde já esteve com o pai, o ex-bracarense Eskilsson, a assistir a um duelo com o Sporting
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Williot Swedberg, médio-ofensivo de 21 anos, foi uma das figuras do Celta na última época, com rendimento muito regular, apesar da juventude e da concorrência, numa equipa que brindou os Balaídos com muitas tardes e noites de encher o olho. O jovem internacional sueco, filho do ex-bracarense Hans Eskilsson e de Malin Swedberg, ou seja, tendo pai e mãe como inspirações no futebol, vive o entusiasmo e a esperança viguesa por novos feitos numa época que tem chancela europeia, depois do 7.º lugar de 24/25.
Com o Celta a ter vários jogos com rivais portuguesas na pré-época e a negociar ainda uma possível parceria com um clube da Liga 2, face à convidativa proximidade fronteiriça, Swedberg entende bem os afetos por Portugal, não tivesse o pai sido jogador de Sporting, Braga e Estoril. O diamante do Celta falou a O JOGO depois do treino com o Famalicão e antes da visita à Pedreira para o confronto, hoje, com um Braga que até pode vir a ser rival na Liga Europa. “O meu pai gosta muito de Portugal, pela carreira que fez no Sporting, Braga e Estoril. Nós também nos habituamos todos, na família, a apreciar Portugal. Fomos viver para Espanha porque o nosso pai queria que vivêssemos esta cultura ibérica, pelo clima e pelo futebol”, revela, num espanhol apuradíssimo por ter crescido na região de Valência e já estar há três épocas no Celta. “Conheço e sigo a liga portuguesa, o meu pai está sempre atento ao que fazem as antigas equipas. Em Vigo, tenho a vantagem de estar perto. Gosto muito do que vejo; estive com o meu pai num Braga-Sporting. Conheci a Pedreira, um estádio incrível e bonito! Vai ser bom voltar. Também me lembro de ter ido ao IKEA de Braga nesse dia”, conta, acusando a falta de um espectador especial nas bancadas hoje.
“O meu pai não vem a este, porque não pode, mas não vai perder, seguramente, muitos ao longo da época. Ele é louco por futebol. Vai a todos os campos que pode. Não perderá os jogos europeus”, garante Swedberg, mais tratado por Williot pelos aficionados vigueses, um carinho vasto, fruto dos golos e assistências que ofereceu na última época. “Espero fazer uma época igual e estamos cheios de esperança. Será uma temporada com muitas partidas, por causa da Europa. Que possamos ir longe, e espero estar sempre ao nível da equipa”, confessa o jovem sueco, sempre aconselhado em casa. “Eles viveram isto, sabem como é e ajudam-me muito em todas as etapas. O meu pai e a minha mãe estiveram na mesma situação e são os primeiros a deixar-me tranquilo. Não somos de falar muito de futebol, mas esclarecem todas as minhas dúvidas”, documenta.
“Aspas faz-te aprender tudo...”
A grande campanha do Celta foi expressão de arte doseada com fabrico próprio de talento. A cantera ofereceu imensos recursos. “Tivemos uma dinâmica como equipa muito forte e positiva. Sabemos que tudo é mais fácil quando a equipa vai bem, mas, também quando se perderam jogos, nunca fomos de parar ou deixar de confiar. Com o apoio dos nossos adeptos, a nossa missão tornou-se mais fácil”, destaca, elogiando o jovem técnico Cláudio Giráldez, que uniu o grupo e as bancadas numa onda de paixão impressionante pelo Celta. Os afetos estiveram ao rubro, sorrisos sempre rasgados e cachecóis endiabrados a cada jogo. “O Cláudio deu uma grande motivação a todos, do princípio ao fim. Sempre fomos confiando que podíamos conseguir algo importante. O estilo de jogo facilitou a nossa alegria e esperança, todos sabiam o que fazer em campo”, completa Swedberg, não deixando escapar um tributo ao maestro de Balaídos, Iago Aspas. “Um jogador fantástico, com uma carreira magnífica. Tudo o que faz no campo faz-nos aprender. Depois, fala muito de futebol e diz-te muita coisa. Quando ele tem a bola, só tens de correr, porque vais recebê-la perfeita”, remata o sueco, em jeito de elogio.
Um olho em Gyokeres, outro em Gabri Veiga
Falar com Williot obriga a mencionar o pai Eskilsson, que marcou cinco golos num jogo pelo Sporting, na Taça de Portugal, diante do Alhandra, algo nunca feito por Gyokeres, apesar dos 97 que faturou em duas épocas. “Não creio que se possam comparar. Gyokeres tem marcado imensos golos, é um jogador incrível. Infelizmente, quando fui à seleção sueca não estive com ele, porque estava lesionado”, regista Williot, também profundo conhecedor de Gabri Veiga, que brilhou no Celta há três anos, na época de Carvalhal. “É muitíssimo bom, esteve aqui há algumas épocas e foi um goleador jogando como médio centro. Tem ritmo, técnica e golo, atributos que vai demonstrar certamente no FC Porto”, antecipa.