Conceição: aposta nos jovens, formação dos treinadores e eliminação da Champions
Sérgio Conceição debateu várias questões desde o seu estilo de jogo no FC Porto até à competitividade do futebol português.
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Eliminação da Champions: "No jogo da Luz tínhamos sete jogadores novos em relação à época anterior. Não é de um dia para o outro que as mudanças acontecem, é preciso automatizar situações. O futebol europeu é diferente do sul-americano. Os jogadores chegam aqui e encontram uma realidade diferente do que se passa noutros países e noutros campeonatos. Daí alguns problemas que tivemos no início e que nos custaram a eliminatória da Liga dos Campeões com o Krasnodar. Há demérito também meu, porque no fim dos jogos faço a minha avaliação e vejo que também errei."
Desligar do futebol: "Até ao dia seguinte, após o jogo, não durmo. Vou para casa, vejo os jogos, tiro apontamentos, às vezes ligo para os meus adjuntos às 2h/3h da manhã... desligar do futebol é muito difícil, até pela quantidade de jogos que temos."
Início de construção desde trás: "Não gosto de modas e acho que há uma certa moda hoje em dia. O nosso início de construção tem de ser importante para desmontar o adversário e chegar à baliza para fazer golos. Não saio dessa forma [desde trás, com o guarda-redes a fazer parte do início da jogada] porque é mais bonito do que o futebol direto. O mais bonito é fazer golos, são os resultados. Vivemos de resultados na vida. Mas por ser resultadista não quer dizer que não goste de jogar bem e não goste de proporcionar espetáculos bonitos ao público. Nós temos inúmeras goleadas."
Campeonato português: "Acho que a nossa liga está competitiva. Temos equipas técnicas com mais qualidade e jogadores com mais qualidade. Há muita qualidade em Portugal e a qualidade de jogo também é melhor."
Apostar em jovens: "No Vitória de Guimarães, o Raphinha foi chamado por mim, assim como o Tyler Boyd e o Xande Silva. Um jogador, tenha 17 ou 37 anos, eu olho é para a sua qualidade. Não faço favores a ninguém, não faço o que é mais bonito ou o que me dão melhor imagem. Se chamo um jogador à equipa principal, é porque ele tem qualidade para lá estar.
Polémica com treinadores sem o IV nível: "Tive a minha formação de treinador e foi muito exigente e produtiva. Tiras muitas coisas, porque jogar é diferente de treinar. A Federação tem investido na formação de treinadores e acho isso muito importante. Eu também comecei no Olhanense sem o IV nível, não acho que isso tenha a ver com competência para se treinar uma equipa."
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