Os dedos de duas mãos não chegam para contar todas as entrevistas concedidas na semana que antecede o embate com o Sporting. O JOGO não quis ser mais um e foi ver "in loco" como o Loures lida com a fama.
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Taça de Portugal andou à roda e a sorte desenhou um já habitual "David contra Golias". O Grupo Sportivo de Loures defronta o gigante Sporting no sábado e face à proximidade geográfica com a capital... o mediatismo invadiu a semana do clube que milita no Campeonato de Portugal. Quem jogou contra quem? Quem já jogou de leão ao peito? Sim, há de tudo, mas O JOGO saiu da estrada e cruzou-se com a forma como os que vestem de amarelo estão a equilibrar a fama com a necessidade de não perderem aquilo que é a sua identidade.
Ter a Imprensa junto deles é positivo? É! Mas não pode - e este foi um discurso "ensaiado" de dirigentes a jogadores - ser o combustível de um grupo em quem todos acreditam apesar do 13.º lugar na Série C do seu escalão. "O sorteio arranjou-nos um bocadinho de fama e estes "problemas" todos com a Imprensa. Nós até nos habituávamos a este ambiente todos os dias, não é que a malta não mereça, mas no fundo, aquilo que procuramos nesta semana é sermos fiéis ao nosso trabalho, preparando o jogo com o Sporting com o objetivo claro de o vencer, sabendo nós que somos jovens, ambiciosos, mas que também não somos estúpidos. A dificuldade vai ser grande, vamos ter uma resistência ao nível do melhor que há no país", explicou ao nosso jornal o jovem técnico André David, de 33 anos, que está no mesmo comprimento de onda que Miguel Aleixo, vice-presidente do Loures e também responsável pela pasta do futebol: "Foi uma semana atípica, com muitos meios de comunicação no Grupo Sportivo de Loures - pena não ser sempre assim. Estamos a tentar que jogadores e equipa técnica possam dar a atenção que a Imprensa merece, sem pôr em causa o bom funcionamento do nosso trabalho e da sua qualidade."
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Não há mesmo ninguém que fuja a esta premissa. Gonçalo Neves revela-nos mesmo o pacto que teve o seu fim depois da receção ao Torreense, no passado dia 14. "A semana passada já sabíamos o resultado do sorteio da Taça e tivemos o cuidado, até ao jogo com o Torreense, para que ninguém falasse publicamente do jogo com o Sporting. Não queríamos que os jogadores se desfocassem do essencial", vincou o diretor desportivo, acrescentando sobre o que devem os jogadores aproveitar no complexo do Alverca: "É, talvez, um jogo mais fácil para eles em relação aos que disputam no Campeonato de Portugal. A pressão não está do nosso lado e isso pode dar-nos capacidade para encarar este jogo de uma forma mais positiva."
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Falta o capitão - um de três -, Fábio Marinheiro, que fala sobre o sentimento do grupo perante as objetivas, mas que lhe tenta dar um tom... reluzente: "Tem sido uma semana diferente, atípica, com televisões, reportagens... Mas positivo para o grupo, que está a ter uma boa reação. Temos de saber desfrutar desta semana, apesar de poder ser normal que alguns jogadores sintam a pressão. Ainda assim, temos mantido a tranquilidade."
Lição final, com o primeiro professor, André David. "Temos de manter o foco no nosso trabalho. Se só estivermos motivados porque temos aqui a Imprensa e porque vocês estão aqui a acompanhar-nos, não vamos crescer", rematou, sorridente, como quem no seu subconsciente - no sonho - cozinha aquelas surpresas... nada inéditas. É a Taça!