Sebástian Coates deu uma entrevista ao Jornal Sporting para se despedir dos adeptos. Ao fim de oito anos e meio, o defesa-central vai voltar ao Uruguai para jogar no Nacional. No sábado, no jogo com o Athletic Bilbau, Coates despede-se de Alvalade
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O que vai deixar saudades? "Tudo. Não há apenas uma coisa. Como disse no vídeo de despedida, vou ter saudades de ser jogador do Sporting, de representar este clube, de ir todos os dias para a Academia, de jogar aqui. Tive muitos companheiros que me ajudaram neste percurso no clube e também vou ter muitas saudades deles."
As saudades que vai deixar: "Neste período desde que soube que ia sair, tentei não estar tanto na rua e afastar-me um pouco das emoções que muitos podem ter. É uma decisão difícil para mim e mexe comigo. Espero aproveitar no dia 27, vai ser um jogo muito emocionante e difícil para mim."
Jogo que mais o marcou: "O que me falam sempre, e que tem, claro, significado para mim é o do Gil Vicente fora [em 2021]. Pelo que significava esse jogo para mim pelas coisas que se estavam a passar a nível pessoal, mas também porque estávamos a perder e muito perto de conseguir o nosso objetivo. Consegui ajudar a equipa com um papel que normalmente não tinha [marcando dois golos]."
Momento mais difícil no Sporting: "Como grupo foi a final da Taça de Portugal contra o Aves [em 2017/2018] por muita coisa que tinha acontecido. Merecíamos ganhar essa Taça."
O melhor golo no Sporting: "O mais bonito não sei, porque são quase todos parecidos [risos]. Lembro-me do golo contra o FC Porto em Alvalade [2017/2018] e também do que marquei contra o Santa Clara já depois dos 90 minutos [2020/2021]. Podem ser esses dois."
Venceu quatro Taças da Liga, qual foi a mais importante? "Não sei qual foi a mais importante. A primeira fica porque foi o primeiro troféu que ganhei no clube, mas todas têm um valor especial. Seja pelo grupo, pelo treinador, pelo jogo. Não tiro mérito a nenhuma, são difíceis de conseguir."
Taça de Portugal de 2018/2019 como símbolo de superação: "Sim, por parte de todos e de todo o clube. Ganhámos
contra um dos nossos rivais e significou muito para nós, principalmente para os que já cá estavam no ano anterior,
e para os adeptos. Era importante ter uma demonstração que o clube era muito maior do que algumas coisas."
A Supertaça em 2021: "Era a que me faltava. Não começámos bem o jogo, mas cada conquista tem a sua história. Todos os jogos e todas as competições são diferentes."
A conquista do campeonato 2020/2021: "Todos sabem o momento que estávamos a viver no mundo e, onde quer
que fôssemos, víamos sportinguistas. Fosse na estrada, no hotel, em qualquer lado. Isso marcou-nos muito. No
início, talvez ninguém acreditasse em nós. Foi uma bela conquista e é pena que não tenhamos aproveitado tanto
como este último [devido à pandemia de COVID-19].
Foi considerado o jogador do ano da Liga em 2020/21: "São títulos pessoais que alimentam o
ego, mas o meu objectivo sempre foi coletivo. Não troco o título de campeão por nada."
Campeão em 2023/2024 no sofá: "Quando chegámos aqui ao estádio, onde fizemos um jantar com as nossas famílias, já estávamos a sentir que ia dar. Alguns queriam que não fosse logo porque queriam ser campeões com os adeptos e em campo, mas para mim o melhor era ser campeão. Não importava o dia."
Festa no Marquês? "A maior diferença para 2020/2021 foi isso. Em 2021 havia muita gente na rua tendo em conta o contexto em que estávamos, mas faltavam muitas outras pessoas. Este ano não tivemos de ter cuidado e aproveitámos muito. Chegar ao Marquês e ver os adeptos. Ninguém vai esquecer isso."