David Luiz recordou a estreia pelo Benfica, em Paris, frente ao PSG.
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David Luiz foi esta quinta-feira entrevistado no canal do Benfica e recordou os tempos passados de águia ao peito. O agora central do Arsenal lembrou a chegada a Portugal a meio da época 2006/07 e não esquece a estreia contra o PSG, nos oitavos de final da Liga Europa.
"Sou privilegiado por tudo o que vivi. Nunca escondi o meu amor pelo Benfica pelos clubes por onde passei. No Benfica vivi o meu primeiro tudo. Era miúdo, 19 anos, vinha de terceira divisão, tinha contrato simplório, de três a quatro meses Vinha para tentar suprir a ausência de um grande jogador que vinha para Premier League, Ricardo Rocha. Tudo aconteceu de forma tão real, pura, honesta. Entrei em Paris, o mundo caiu e depois faço bom jogo... Sou muito grato ao Beto porque me levou e conduziu por nove meses, não tinha carro", contou o agora jogador do Arsenal.
"Chega jogo com o Aves, só havia Luisão e Anderson, que jogavam sempre, e na reserva estava eu, que nunca ia para os jogos. Fui para o jogo, liguei para a minha família: 'o Luisão está lesionado vou estrear-me. Se não for agora, não vou nunca mais'. Chegou o dia e Fernando Santos colocou o Katsouranis. Não joguei e pensei que não ia jogar mais e ia voltar para o Brasil. Mas era tudo novo e tudo festa. Na semana seguinte o Luisão volta a treinar e eu só queria estar entre os 20 para viajar para Paris. Estou no hotel, a tirar fotos de tudo, abro a porta, olho para o lado e vejo o Katsouranis a falar com o médico, a dizer que não podia jogar. Pensei então: talvez vá para o banco'. Saiu a convocatória e fui para o banco. Vendo o Benfica em Paris, coisa de loucos, até pela comunidade portuguesa", continuou.
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Certo é que David Luiz acabou por entrar. "Eu a desfrutar. O Simão faz o 1-0 e aos 30 e poucos minutos Luisão volta a sentir a lesão. Estava no banco e a pensar que era o momento. Na inocência... O Fernando Santos olha uma, olha duas para o banco, de novo e fala: 'vai aquecer miúdo'. Entro e passados cinco minutos está 1-2, um é 'meu'. Chega o intervalo e estava dentro de um liquidificador e a pensar: 'volto para o Brasil amanhã'. Uns queriam matar-me e outros a pensar 'coitadinho do miúdo'. Fernando Santos perguntou: 'Queres que te tire?' Fiz um segundo tempo tremendo. Levei bolada na cara e tive de dormir em Paris. Fui fazer exames, mas não era nada. Vomitava. Saí de noite para ir ver a Torre. Para mim era festa. Depois com o Leiria estive muito bem, com o Anderson. Com o FC Porto faço um jogão e depois o jogo de volta a ganhar 3-1 ao PSG. Tínhamos equipa para ganhar Taça UEFA. Ficámos 0-0 com o Espanhol em casa, a bola não entrava. Depois ganhei a posição", terminou.