Centenário do Braga cheio de vigor: "Cada vez mais próximo de vencer o campeonato"
Por entre êxitos acumulados nas taças ou no futebol feminino, andar na frente do campeonato deixou de ser uma casualidade para o Braga. Domingos Paciência acha que o grande momento está próximo.
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Concebido por um grupo de jovens frequentadores do histórico "Café Vianna" (e registado no Governo Civil a 19 de janeiro de 1921), o Braga completa esta terça-feira 100 anos insuflado de ambição como um jovem, com os olhos postos num futuro dourado.
Quem dirige o clube, não deixa de honrar quem muito fez por ele, especialmente nos períodos mais críticos, mas o tempo agora é de êxitos, troféus, recordes batidos e de presenças assíduas nas competições europeias, sendo o presidente António Salvador a mola impulsionadora desta nova era, marcada pela conquista de três taças (posteriores à de 1966), pela construção da Cidade Desportiva, por transferência de milhões ou pelas conquistas do futebol feminino e do futebol de praia, entre outros êxitos. O mesmo Braga que dominou o atletismo feminino entre 1986 e 1993 passou a carregar ainda mais na ambição e, por direito próprio, habituou-se a lutar pela conquista do campeonato desde 2009/10, quando terminou a prova em segundo lugar.
Domingos Paciência era o treinador e recorda essa época com um "misto de orgulho e frustração". "Fizemos uma época extraordinária, somando 71 pontos no campeonato. No entanto, tudo o que fizemos dentro do campo não bastou para vencer o campeonato. A partir de uma determinada altura, a força de um grande [Benfica] veio à tona e refiro-me em concreto ao caso do túnel, com o Vandinho e o Mossoró a serem suspensos por vários jogos. Aí senti o Braga a ser empurrado para a margem, como tinha sentido antes, numa jogada estratégica do Benfica. Anteciparam uma jornada com o Leiria e assim passaram para primeiro, o que mexeu psicologicamente com os meus jogadores. Isso teve impacto", recordou. Época após época, o sonho parece ganhar dimensão, embora sem deixar de andar de braço dado com uma dúvida: o que falta? Campeão uma mão cheia de vezes como jogador, Domingos julga saber a resposta: "Por vezes, a equipa até está num patamar bem elevado, mas o Braga só poderá aspirar a ganhar o campeonato se fizer crescer a equipa em três anos, sem vender. Tem de consolidar o plantel, só que o clube costuma ter sempre ofertas para vender futebolistas e isso mexe com os jogadores. Ao vender, a equipa perde força de uma época para a outra".
Seja como for, o Braga deixou de sentir vertigens. Passou a andar habitualmente pelos lugares cimeiros e, segundo o ex-treinador dos bracarense, avança à medida da ambição febril de quem o dirige. "O Braga está cada vez mais próximo de vencer o campeonato. E isso deve-se essencialmente ao pensamento e liderança do presidente António Salvador. Enquanto o clube não for campeão, ele não vai descansar. Houve um princípio de mudança e isso aconteceu com a entrada deste presidente", defendeu Domingos.
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