Castro recorda o Olhanense: "Quem vinha até meio do autocarro vinha de 'Kispo'..."
As revelações de Castro, médio de 35 anos, no "Perfil Guerreiro", programa da Next TV, o canal do clube arsenalista
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Passagem pelo Olhanense: "Foi época de perceber que a mudança é boa. Vinha dos juniores do FC Porto para seniores, parecia que estou a jogar a Champions nesse ano, fomos campeões de juniores, campeões da I Divisão, mas a fazer poucos jogos... Então fui para Olhanense, na II Divisão, que já não subia há 47 anos, um pedido muito especial do Jorge Costa, mas acreditei que podia ajudar uma pessoa como o Jorge Costa, era com esse espírito que fui. Ele disse-me "Se vieres para cá é para subir". Cativou-me e senti-me parte do projeto, fomos campeões no Olhanense e subimos. Fiz duas épocas incríveis lá. Mas de ter tudo, ter roupa e tudo perfeito, foi chegar a um estádio em que a relva parecia um mato, a camioneta para chegar ao norte, quem vinha até meio do autocarro vinha de 'Kispo' e as pessoas lá atrás vinham sem camisola, porque o ar condicionado só chegava até meio. Agora é difícil imaginar, mas não foi há muito tempo. Subimos com grandes nomes, um deles o Rui Duarte que está no Braga."
Ida para Gijon: "Estava a jogar no Porto, entrava de vez em quando, eram sete médios de altíssima qualidade e sentia que queria ser titular, como hoje ainda sinto, como sentia aos 18 anos, mas reconhecia que alguns deles estavam um passo acima de mim. Podia sentir-me cómodo... Ganhámos a Liga Europa, sabíamos que íamos ser campeões, com uma margem que tínhamos, um ano incrível com um grande treinador. Em janeiro pensei que está tudo bom na equipa mas eu não estou bem, porque não jogava metade do que queria. Arrisquei ir para último classificado da liga espanhola, o clube precisava de um jogador para jogar e não tive dúvidas que tinha de ir, embora sabia que época no Porto seria incrível. Olhei para mim e tinha de jogar, sentia que estava de fora por natureza, não havia nada que pudesse fazer nos treinos que pudesse alterar a minha situação. Mandei-me para o desconhecido mais uma vez e correu tudo às mil maravilhas. Ganhámos no Bernabéu, jogos que ninguém pensava. Acho que conquistei também os adeptos do Gijón. Arrisquei mas valeu muito a pena."
Volta ao FC Porto, com Vítor Pereira: "Quando venho de época e meia em Espanha, vinha com expectativa, tinha ficado no onze do ano dos jovens até 23 anos em Espanha, tinha sido pré-convocado para a Seleção, vinha de época boa e expectativa de poder jogar mais. E isso foi acontecendo, tínhamos meio campo de luxo, com Fernando, Moutinho e Lucho e eu estava ali para ajudar. Correu bastante bem, entrei bastantes jogos, nunca fui titular na Liga por exemplo mas fiz um bom papel, acho que ajudei muito, conheci pessoas fantásticas, fomos campeões, jogámos futebol muito bom, Vítor Pereira mostrou ser grande treinador. Fiz 28 jogos, sempre a vir do banco, mas foi época boa. Depois veio o Paulo Fonseca e os jogadores do meio-campo foram vendidos, pensei que ia ter a minha oportunidade mas não era isso que o treinador tinha em mente."
Experiência na Turquia [representou o Kasimpasa e o Goztepe]: "Gostei muito. Foi difícil sair do FC Porto para o Kasimpasa, clube que nunca tinha ouvido falar, foi porque realmente pagavam bem. Projeto era muito bom, clube tinha contratado jogadores conhecidos. Tinham instalações únicas, das melhores do mundo em termos de centro de treinos, ia por empréstimo. Fui muito feliz, lá apresentei talvez o melhor futebol da carreira, fiz jogos muito bons. No primeiro ano acionaram opção de compra. A nível de vida, a Turquia foi um sonho, as pessoas turcas são muito boas, Istambul é incrível, Izmir é cidade de praia também muito boa".
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