Antigo vice-presidente do Conselho de Arbitragem foi ouvido por videoconferência.
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Ferreira Nunes, antigo vice-presidente do Conselho de Arbitragem, foi esta terça-feira ouvido por videoconferência no âmbito do julgamento do chamado caso dos e-mails, que decorre no Juízo Central Criminal de Lisboa.
"Tenho simpatia clubística pelo Benfica, como tenho por outros clubes", afirmou, confirmando uma deslocação à Alemanha para ver um jogo do clube da Luz com o Borussia Dortmund. "Não tenho noção de que tenha sido um clube a pagar fosse o que fosse. Eu pedi ao Dr. Paulo Gonçalves", lembrou, citado pelo Porto Canal.
Ferreira Nunes reconheceu não ter pago bilhetes e alojamento para o encontro referente à Liga dos Campeões: "Admito que não tenha pago", disse.
Foi ainda confirmado que pediu ao antigo assessor jurídico do Benfica "que indicasse alguém" para o ajudar com um "parecer para a candidatura à AF Coimbra", tendo sido apontados "Alexandre Mestre e Ricardo Costa". A fatura desse mesmo parecer foi de 18.450 euros e foi enviada para o endereço de Paulo Gonçalves "para saber se era normal", depois de considerar o "valor exagerado". "Paguei mais tarde em prestações", assegurou.
O caso da divulgação dos emails remonta a 2017 e 2018, com comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros a serem reveladas no Porto Canal, e tem três arguidos: o jornalista e ex-diretor do Porto Canal Júlio Magalhães, o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e Diogo Faria, diretor de conteúdos do canal dos dragões.
Francisco J. Marques é acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, e um crime de acesso indevido. O diretor de comunicação do FC Porto responde ainda por cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados e um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado na sequência de uma acusação particular.
O diretor de conteúdos Diogo Faria responde por um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e um crime de acesso indevido, além de um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado em acusação particular.
Por último, Júlio Magalhães está acusado pelo Ministério Público de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, bem como cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados.
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