Carlos Queiroz revelou, este sábado, uma experiência que fez com Cristiano Ronaldo e Roney na altura em que trabalhava no Manchester United.
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"Quando comecei no Manchester United a fazer experiências, fizemo-lo com Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney. Tínhamos um equipamento que fazia com que recebessem toda a informação dos parâmetros de performance nos jogos. Mas, depois, introduzimos outro parâmetro que foi comparar aos melhores da liga nas suas posições. Ou seja, eles viam a performance deles num jogo, comparavam com o jogo anterior e ainda podiam comparar com os melhores jogadores da Liga que jogavam nas posições deles. Isso ajudou a estimulá-los e a fazer com que quisessem ser ainda melhores. Nem dois meses depois, vieram logo perguntar porque só fazíamos isso com eles. Acabou por se estender ao plantel todo", afirmou durante o Thinking Football.
Questionado sobre a atualidade do futebol português, o treinador deixou apenas elogios.
"Passámos das brilhantes gerações de ouro para uma dinastia de ouro. Quando temos uma dinastia de ouro, significa que temos no legado técnico a garantia de uma continuidade sustentada para o sucesso. Uma continuidade sustentada feita não só no treino, mas paralelamente com os jogadores que foram nascendo. Quem podia imaginar no meu tempo, em 1988, que um jogador de futebol pudesse chegar a dirigente da Federação Portuguesa de Futebol? Hoje estão uns quantos", vincou, destacando a velocidade do futebol atualmente.
"Temos um jogo diferente, mas acho que o espetáculo chegou a um patamar e a uma dimensão que foram modelados pelos padrões dos desportos mais espetaculares. Não sei se é melhor ou pior, é diferente. Mas há uma coisa que é evidente. O jogo é disputado a uma velocidade que não tem comparação com o que se passava há 10 anos. A melhoria das infraestruturas permitiu incutir no treino aos jogadores a decisão mais rápida em termos técnicos e táticos. Hoje assistimos a um jogo a uma velocidade extraordinária. O futebol está mais competitivo e ainda bem. O mais erudito e ilustre dos treinadores portugueses foi Luís de Camões. Falou em engenho e arte. Futebol é isso. Hoje, a dimensão de conhecimento de um treinador vai da fisiologia à comunicação. Antigamente, começávamos a perder o nosso trabalho nos resultados. Hoje, é na comunicação. O treinador, hoje em dia, tem de ser um maestro em todas estas disciplinas", concluiu.