Carlinhos esteve 10 meses parado e brilha no Portimonense: "Quero ainda jogar uma Champions League"
Carlinhos atravessa o melhor momento da carreira e confessa que a longa paragem, devido a lesão, até contribuiu para voltar mais forte e marcar mais golos
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Carlinhos cumpre a terceira época no Portimonense e já apontou seis golos, um registo que ainda não tinha alcançado no futebol português e que, curiosamente, surge na sequência de uma paragem de dez meses. Em conversa com O JOGO, o capitão, 29 anos, diz que atravessa o melhor momento da carreira.
Recorde de golos e muita influência no jogo da equipa. Esta é a melhor época no Portimonense?
-Sim, é a minha melhor época até agora, com golos e boas atuações. Estive lesionado bastante tempo, mas isso também fez com que mudasse a visão de jogo, sinto-me renovado, mais completo e sou o melhor marcador. Foi, igualmente, todo um trabalho fora dos treinos, inclusive mental, que está a dar resultados. Estou muito feliz pelo momento.
E ser capitão, que sentimento lhe causa?
- É uma honra, porque o treinador e as pessoas do clube confiaram em mim depois de tudo o que passei. É uma valia, mas reconheço que tenho mais responsabilidades. Se calhar, também é por isso, por ostentar a faixa de capitão, que passo por um momento tão bom.
Os seus golos em Guimarães e Vizela, com nota artística, deram vitórias muito importantes…
-Estávamos num momento em que a equipa precisava de vitórias, após alguns resultados não tão bons. Havia até alguma insatisfação no balneário, o que é lógico, pelo que foi muito positivo ter ajudado. Primeiro marquei de penálti e depois com remates fortes e colocados, é uma especialidade minha.
O Portimonense começou mal a época, mas parece já ter estabilizado. Tal deve-se a quê?
-Ao trabalho, ao termos consciência de que começámos mal e que era preciso inverter o ciclo. Estamos num bom momento, mas com os pés no chão, sabendo que há muito para melhorar e que falta acontecer muita coisa.
Como é jogar com jovens que nunca tinham atuado na I Liga?
-Está a ser gratificante, para nós e para eles. Vamos ensinando algumas coisas, e existe, se calhar, mais carga para nós, mas, curiosamente, também recebo conselhos. Somos um grupo unido e damo-nos às mil maravilhas, o que facilita esta interação.
Em contrapartida, o Dener e o Maurício, companheiros do meio-campo, têm muita experiência. Isso é uma vantagem?
-Claro que sim, é uma enorme vantagem, até pelo facto de passar imenso jogo pelo meio-campo, na ligação defesa-ataque. O Dener e o Maurício são influentes na manobra da equipa e são também capitães, o que talvez aumente a nossa responsabilidade.
Tem sonhos por concretizar?
- Quero ainda jogar uma Champions League, sempre foi um sonho. Nunca sabemos o dia de amanhã, pode ser que dê para acontecer.
Qual o jogador que mais o inspirou?
-Tenho vários jogadores que me inspiraram e serviram de referência, mas destaco o Steven Gerrard e o Ronaldinho Gaúcho, que gostava muito de ver jogar.
O que sente um jogador quando está quase um ano parado?
-Foi o pior período da carreira, mas também serviu de aprendizagem. Os sentimentos são tristes, nunca descobrimos um lado bom, mas a verdade é que acabei por considerá-la positiva, porque assimilei muita coisa e mudei o chip, disposto a provar que tenho muito para dar.
O que pode fazer o Portimonense esta época?
- Somar o maior número possível de pontos e jogar bem, porque o nosso objetivo, como sempre, é alcançar a permanência. Temos de ser humildes e dar passos seguros.
Renovou contrato quando estava lesionado, foi uma prova de confiança da SAD?
- Só tenho de agradecer a confiança depositada e fiquei sensibilizado. Acho que tenho justificado, até envergando a braçadeira, e estarei sempre grato às pessoas do Portimonense por me terem ajudado e cuidado de mim.