Maliano vai defrontar o Famalicão, único adversário do campeonato com quem nunca se cruzou. Pouco tempo depois apanha o Aves, a outra equipa a quem nunca marcou.
Corpo do artigo
A suspensão do futebol, em meados de março, motivada pela pandemia de covid-19, adiou por quase três meses a possibilidade de Marega ter no seu currículo pelo menos um jogo contra todas as equipas que disputam o campeonato.
Agora, está a uma semana de o poder fazer, caso Sérgio Conceição assim o entenda e não tenha qualquer lesão de última hora.
Dito de outra forma, Marega está na reta final de preparação para defrontar o Famalicão, a única equipa do campeonato com quem nunca se cruzou desde que chegou a Portugal para representar o Marítimo. Dá-se a curiosidade de, duas jornadas depois, o FC Porto jogar na Vila das Aves, contra a outra formação a quem nunca marcou [mas que já defrontou por três ocasiões], entre as 17 que disputam atualmente o principal escalão da Liga. Ou seja, os próximos dois jogos fora de casa do FC Porto podem ser aproveitados pelo avançado para completar a "caderneta" de golos [ver infografia].
Até agora, Marega perdeu três oportunidades de conhecer o Famalicão, clube que subiu esta temporada ao principal escalão, mas que disputou a Taça da Liga noutras ocasiões. Já lá iremos. Na primeira volta do campeonato, no final de de outubro, Sérgio Conceição "revolucionou" a equipa para defrontar o então líder do campeonato. Depois de exibições mais cinzentas com o Feyenoord e o Rangers, Marega ficou de fora dos convocados de Sérgio Conceição, que pela primeira vez abdicava do 4x4x2. A mudança, diga-se, resultou, já que o FC Porto venceu por 3-0 e assumiu a liderança isolada do campeonato. Mais tarde, o treinador justificaria a ausência com questões físicas sem gravidade. Marega falharia quatro jogos, "para não o perdermos por muito tempo", justificou Conceição.Depois, houve mais duas ocasiões em que podia ter
defrontado os minhotos, mas, literalmente, os astros não se alinharam. Foi uma questão de "timing". A 25 de janeiro de 2016, o maliano foi oficializado como reforço do FC Porto, contratado ao Marítimo, juntamente com José Sá. Ora, cinco dias antes, os dragões, então orientados por Rui Barros - após a saída de Lopetegui - tinham jogado no Municipal de Famalicão e dois dias depois da assinatura do contrato na Invicta, a sua antiga equipa recebeu nos Barreiros o... Famalicão. Refira-se ainda que, na passagem por Guimarães, Marega não teve qualquer oportunidade de acrescentar este adversário à sua lista.
De amanhã a uma semana já se saberá se Marega completa a lista de adversários e, se marcar contra este rival, ainda "desconhecido" para si, ficará a faltar-lhe o Aves no rol de vítimas, onde o Rio Ave assume o papel de "presa" preferida, com uma média de golos marcados superior a um por partida. Depois surgem Portimonense e Marítimo, a sua primeira equipa em Portugal, a quem marcou tantas vezes quantas as que defrontou.
No plano oposto, não são Benfica nem o Sporting a equipa a que encontra mais dificuldades para faturar: trata-se do Braga, com um golo em dez jogos disputados. Isto, excluindo o Aves a quem, como já dissemos, ainda não marcou em três tentativas.
Esta época, Marega soma 35 jogos e nove golos marcados, mas não se estreou a fazê-lo contra nenhuma das equipas do campeonato.
Um "feitio difícil" que chamou a atenção para o racismo no futebol
Sérgio Conceição afirmou no início do mês que "não encontrou nenhum que fosse um bicho tão raro como eu" no que diz respeito à "azia por não jogar", mas incluiu Marega no lote dos que têm "um feitio difícil, quando sai, quando não joga". "Às vezes, não sabemos se sai insatisfeito pelo rendimento ou com o treinador", atirou. Em fevereiro, em Guimarães, foi ele quem forçou a saída, mas a insatisfação era outra. Vítima de insultos racistas, o maliano "rebentou" e abandonou as quatro linhas, numa atitude que correu o mundo.