Antigo presidente do Sporting escreveu texto longo a explicar comportamento nos últimos anos
Corpo do artigo
Depois de algum tempo sem publicar no Facebook, Bruno de Carvalho escreveu, esta quinta-feira, um longo texto no qual começa por agradecer a quem votou na continuidade do projeto na AG de dia 23 de junho. "Hoje foi o primeiro dia em que consegui despir a camisola de Presidente do Sporting CP. Olhar para trás e de forma calma olhar para tudo. Tenho de começar logo com um primeiro agradecimento especial aos quase 30% que votaram na nossa não destituição. Nem vale mais discutir se foram mais ou não. Vale a pena agradecer, do fundo do coração, a estes Sportinguistas que mostraram toda a sua confiança, gratidão, carinho e reconhecimento pelo trabalho feito e que estava a continuar a ser realizado."
O antigo presidente do Sporting e da SAD continua depois explicando o comportamento dos últimos anos, diferenciado-se de um populista e assumindo-se como um líder popular. "Nunca quis ser um Líder populista. Um demagogo de frases feitas, que age para seu benefício e que quer levar as massas por promessas ocas mas apelativas. Pelo contrário, sempre quis ser um Líder popular, com os pés assentes na terra, com um discurso mobilizador que voltasse a devolver o orgulho e respeito a um Clube que estava adormecido, resignado e sem energia. E aqui acho que começou um pouco a confusão entre ser popular ou populista. Era fundamental ter um discurso forte para "acordar" os Sportinguistas"
Bruno de Carvalho assumi que as guerras que causou não eram presentidas e que o empenho que colocou no Sporting pode ter sido mal entendido. "A minha pressa de devolver alegrias ao Universo Sportinguista pode ter sido entendida por alguns como acão de um populista e que dividiu as gerações. Mas nunca foi essa a minha intenção. (...) Mas confesso que se olhar bem, se olhar profundamente, a pressa com que tudo foi feito, o trabalho 24h/24h que não permitiu um sentido mais diplomático de atuação, pode ter deixado uma imagem errada a muitas pessoas. Fui pouco hábil na diplomacia, pois não tinha mãos a medir num trabalho e objetivo de recuperação desportiva, financeira, de imagem, que tem uma dimensão de necessidade e de empenho que ninguém imagina." Recorda em seguida os ataques que sofreu e confessa que a imagem que deixou apenas a ele se deve. "Sempre acreditei que os resultados tudo superassem, até porque todo o discurso e tomadas de posição eram para o Clube chegar ao sucesso. O Clube chegou ao sucesso e a minha imagem pessoal ficou totalmente deturpada ao olhos de muitos. E são as pessoas que têm culpa? Algumas ajudaram, alguma comunicação social contribuiu, mas o maior culpado fui eu que, na busca constante da Glória do Clube, me esqueci de mim próprio e da forma que deveria projectar a minha imagem."