Os 44 arguidos do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete, entre quais o ex-presidente do clube Bruno de Carvalho, conhecem a sentença, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
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O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho foi hoje absolvido da autoria moral da invasão à Academia do clube, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, no processo que decorreu no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Na leitura do acórdão, que decorreu no tribunal de Monsanto, em Lisboa, o coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires considerou que não foram provados factos contra Bruno de Carvalho, que liderou os "leões" entre 2013 e 2018.
Não foi provado que as críticas de Bruno Carvalho nas redes sociais tivessem incentivado os adeptos a agredirem alguém, nem de forma implícita, assim como não foi estabelecida relação de causa e efeito entre a alegada expressão "façam o que quiserem" e o ocorrido na Academia.
Igual conclusão tiveram sobre o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, e o ex-Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube Bruno Jacinto, que, tal como o antigo presidente, estavam acusados da autoria moral da invasão.
Mustafá, ao qual não foi provado que nenhum dos arguidos tivesse informado da ida à Academia, foi ainda absolvido do crime de tráfico de estupefacientes.
"Quanto a Bruno de Carvalho não se provou que os textos nas redes sociais tivessem como objetivo incitar a Juve Leo. Nem a frase 'façam o que quiserem'", disse, na leituRa da sentença, a juíza Sílvia Pires, momentos antes de anunciar que Bruno de Carvalho, Bruno Jacinto e Nuno Mendes "Mustafá" foram absolvidos de todos os crimes.
Sílvia Pires referiu que Bruno de Carvalho não incitou, nem com o Facebook, nem com a frase na casinha da Juve Leo, nem com a frase "era para ver quem está com a direção" na reunião para despedir a equipa técnica e reitera que também o Bruno Jacinto e Mustafá não deram ordens, nem foi nada provado contra eles. E ainda que não há prova de que a droga na casinha da Juve Leo fosse do Mustafá.
Segundo a sentença, os arguidos serviram-se do nome de Mustafá para angariar o maior número de adeptos para ir à Academia. Quanto à autoria moral de Bruno de Carvalho, é referido que a alteração da hora do treino,
foi considerada irrelevante.