Em Arouca, o Sporting voltou a jogar ao ritmo do jovem médio, que reapareceu em grande nível e reabriu a discussão sobre a posição. Foi o mais certeiro no passe e até nos duelos superou João Palhinha
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Daniel Bragança estreou-se a titular em 2021/22 contra o Arouca, no último sábado, e a sua exibição veio dar força à tese de necessidade de rotação no miolo, que até agora tinha uma dupla praticamente intocável para Amorim, formada por João Palhinha e Matheus Nunes.
Com uma exibição de gala, a organizar e a defender e com participação nas jogadas dos dois golos da equipa, Bragança reclamou mais minutos ao técnico, mostrando não se ter vergado ao facto de ser suplente no arranque de 2021/22, quando fechou a temporada com a expectativa de ser o sucessor de João Mário no onze.
Amorim chegou a dizer que não trocava nesta altura o agora atleta do Benfica por nenhum dos jogadores à sua disposição para o meio-campo, pois não lhe poderia dar o destaque e relevância que tem nas águias, e Bragança é mais um a provar que a configuração do miolo é uma dor de cabeça para o técnico leonino, que tem uma dupla já consolidada em Palhinha e Matheus Nunes.
Depois do fim de temporada prometedor, a exigência aumentou para Bragança, pois Amorim espera ver no jovem formado na Academia um crescimento sobretudo na vertente defensiva, pois na ofensiva já em 2020/21 deixou rasgos de talento que em várias ocasiões ajudaram os leões a resolver jogos difíceis.
O camisola 68 confirmou credenciais na organização, a jogar de cabeça levantada, a pensar o jogo da equipa e sobretudo a passar com critério e visão de jogo: foi o jogador com melhor percentagem de passes certos (97%, seguido de Esgaio e Matheus Nunes, com 87%) e esteve na fase inicial das duas jogadas de golo.
Mas Bragança mostrou também o nervo e números defensivos pelos que Amorim ansiava, ganhando 8 de 13 duelos (mais do que Palhinha, 7 em 10, que teve 11 perdas de bola e Bragança só 8), acrescentando duas interceções e dois desarmes. Só fez duas faltas, mas uma foi cirúrgica, necessária, e sinal de inteligência tática e boa leitura do jogo.