Mercado vai promovendo emendas e ex-Málaga vai em busca da confiança e valorização no Espanhol
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Limpa-se a gordura, resolve-se o excedente, aumenta-se a competitividade. É o que se espreme do empréstimo praticamente consumado de Roberto Fernández ao Espanhol, partindo o avançado de 22 anos para La Liga. Esta é a premissa do Braga para este mercado de janeiro, em que os primeiros esforços se vão notando mais orientados para saídas do que para entradas. Houve, recorde-se, cedência recente de João Marques ao Gil Vicente e devolução de Guitane ao Estoril. O dianteiro de Córdoba, contratado ao Málaga, sentiu dificuldades de afirmação na primeira metade da época. Ainda alternou titularidades com El Ouazzani, mas perdeu para o marroquino nos últimos dois meses, largando este a concorrência do espanhol com números mais compatíveis com o que se espera de um goleador: oito golos para El Ouazzani, dois para Roberto Fernández.
Braga vai lidando com dados concretos de algumas falhas nas apostas feitas. Empréstimos de jogadores contratados revelam 6,9 milhões suspensos em territórios de incerteza.
Com a chegada de Fran Navarro, titularidade imediata e golo na estreia, no Estádio da Luz, o destino de Roberto Fernández ficou traçado, mas a cedência não contemplará opção de compra e os salários ficam à responsabilidade dos espanhóis - os detalhes estão a ser ultimados através do agente Juanma López, antigo colega de Futre no Atlético Madrid -, o que atesta a crença do Braga no potencial do ponta-de-lança, que marcara 20 golos pelo Málaga em 2023/24, contribuindo para a promoção dos andaluzes ao segundo escalão. Fica no ar a expectativa pelo rendimento que terá nos próximos meses no Espanhol, que luta pela permanência. Carvalhal nunca o deixou de elogiar.
Nesta tentativa de rearrumação da casa, fica assente o fracasso das escolhas feitas no início da temporada. No ataque não foi conseguido um sucessor à altura de Banza, que, emprestado ao Trabzonspor, ostenta 12 golos em 15 jogos pelos turcos. Além deste reflexo mais cirúrgico sobre o fraco poder de fogo, há ainda uma inevitável análise financeira. Às saídas de João Marques, que custara 3,5 milhões de euros, recrutado ao Estoril, Rafik Guitane e Roberto Fernández, que valeu operação de 1,8 milhões junto do Málaga, há que somar o empréstimo rapidamente decidido por Carvalhal do polaco Wdowik, que seguiu para o Hannover por problemas de adaptação. Este havia implicado pagamento de 1,6 milhões de euros ao Jagiellonia.
Assim sendo, há um saldo de 6,9 milhões investidos que ficam em suspenso quanto a retorno desportivo imediato. Na Pedreira pedem-se mais reforços, mas a SAD pesa exaustivamente a mais-valia de qualquer atleta nesta altura.