Declarações de Borja Sainz em entrevista à revista Dragões
Corpo do artigo
A mudança para a Turquia foi o maior passo da sua carreira em termos de distância. Ainda assim, deu logo uma vitória contra o Galatasaray, em Istambul. Passou logo a ser tratado como um herói, não?
Sim. Fui para a Turquia com a noção de que seria um ano muito importante para a minha carreira. Queria jogar na Europa e cheguei muito motivado, apesar de a adaptação não ter sido fácil, porque é uma cultura completamente distinta. Tive companheiros de outros países que me ajudaram bastante, havia uma família uruguaia no plantel e também um preparador físico espanhol a quem agradeço muito pelo que fez por mim. Estou muito grato também aos adeptos, porque ie apoiaram numa etapa diferente do meu percurso. Amadureci bastante e isso foi muito importante para estar aqui agora.
Nessa época, marcou a quatro dos primeiros cinco classificados da Liga. Os jogos grandes despertam-lhe um extra de motivação?
Os jogos grandes dão sempre uma motivação extra, porque te queres mostrar e jogar. Sempre quis estar nesses momentos e batalhar com equipas de classe mundial, por isso é algo que me traz muito entusiasmo.
Gosta de assumir as decisões nesses momentos?
Sim, é um desafio que coloco sempre a mim próprio e espero que continue assim.
Terminou essa temporada com 10 golos e três assistências pelo 16."classificado. Não é para qualquer um.
A equipa também me ajudou muito, não foi um trabalho individual, mas claro que foi uma boa época, porque marquei golos, dei-me muito bem no balneário e o treinador confiou em mim. O papel dos meus colegas foi muito importante, porque, se me senti bem e confortável, é porque me transmitiram confiança. O futebol não é apenas sobre nós próprios, mas sobre o que nos rodeia no dia a dia. Isso é muito importante para mim.
Aceitou depois uma proposta do Norwich City para jogar no Championship. Com que ideia entrou e saiu do que dizem ser o campeonato mais difícil do mundo?
Foi uma etapa muito bonita e, ao mesmo tempo, muito triste, porque no primeiro dia em que cheguei lesionei-me e fiquei parado durante três meses e meio. Foi muito duro, nunca tinha tido uma lesão grave que me tivesse deixado parado. Só posso agradecer ao staff, à equipa técnica e ao departamento médico, porque recuperei muito bem. Fiz muitos amigos, os adeptos gostavam de mim e eu adorava passear lá. Saí muito contente, mas ao mesmo tempo triste por deixar tudo isso de lado.
Que lições tirou desse primeiro ano?
Aprendi muito em Norwich. Foi um ano muito difícil, não só por isso, mas pela forma como comecei e acabei. A minha história começou de forma inesperada e acabou com bastantes golos. Na temporada seguinte propus -me a estar pronto para ajudar o clube a subir de divisão, não aconteceu, mas tenho a certeza de que o Norwich vai conseguir.
Jogou contra o Jan Bednarek na altura. Com que impressão ficou?
Na verdade quase não joguei contra ele porque eu estava lesionado quando jogámos fora e ele teve que sair ao intervalo no jogo em nossa casa por estar lesionado. Ainda assim, lembro-me muito bem dele como o muito bom jogador que é. Temos visto isso a cada fim de semana, é um central de grande qualidade.
Destacou-se como melhor drilblador da liga no segundo ano e ficou a apenas um golo de ser o melhor marcador. Foi a melhor temporada da sua carreira?
Sim, foi a melhor temporada da minha carreira. Aprendi muito como disse. Não digo isto pelos golos e assistências que fiz, mas por tudo. Comecei muito bem, depois passei algum tempo sem marcar - mas também não estava obcecado com isso e no final da época fiquei a apenas um golo de ganhar o prémio de melhor marcador. Era algo que queria, mas não era de maior importância.
Esse rendimento valeu-lhe um lugar o Onze do Ano da Associação de Jogadores Profissionais. O que significou?
Fiquei muito feliz, porque esse prémio distingue os melhores jogadores do Championship. E um orgulho para mim estar nesse onze ao ado de grandes jogadores.