Os leões carregaram em cima do treinador das águias, enquanto do lado contrário o Benfica havia avançado com uma participação por causa do regresso de Geraldes e Gauld a Alvalade
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Rui Vitória está no meio de mais uma troca de tiros entre os rivais lisboetas, numa guerra que inclui ataques e contra-ataques, agora nas instâncias jurídico-desportivas. Ainda a cumprir castigo pela expulsão com o Moreirense na meia-final da Taça da Liga (ver caixa), o técnico das águias foi alvo de um processo de inquérito movido pelo Conselho de Disciplina da FPF na sequência de uma participação apresentada pelo Sporting, embora o comunicado ontem divulgado pelo CD, que passou a bola à Comissão de Instrutores da Liga, não refira nomes de visados e queixosos.
Segundo O JOGO apurou, os responsáveis leoninos apresentaram queixa por alegarem que o treinador do Benfica não poderia ter falado na flash interview no final do jogo com o Moreirense, por ter sido expulso pelo árbitro Tiago Martins após o último apito. Sustenta-se a argumentação dos leões no artigo 41.º, n.º 1, do Regulamento Disciplinar da Liga, que determina a suspensão automática preventiva até decisão final, aliando o estipulado pelo artigo 40.º, o qual determina que "durante o período da respetiva suspensão os agentes desportivos ficam impedidos (...) de, a qualquer título, exercer funções como agentes desportivos sob qualquer qualidade".
Expulsão já valeu uma suspensão a Rui Vitória, mas o Sporting "pede" nova penalização
Consideram por isso os leões que falar na flash interview é uma das funções do técnico, por ser obrigatório - ao contrário da conferência de Imprensa -, pelo que defendem a aplicação de uma penalização ao técnico do Benfica. Por seu lado, de acordo com fonte encarnada, Rui Vitória só falou após ter sido autorizado a fazê-lo pelo delegado da Liga presente no local, considerando ainda que o relatório do árbitro, que oficializa a expulsão do treinador, foi validado e assinado depois deste momento pelos delegados das duas equipas.
Esta participação do Sporting ocorreu na mesma altura em que o Benfica avançou com uma participação contra os leões por estes terem posto um ponto final unilateral nos empréstimos de Gauld e André Geraldes ao V. Setúbal. Os dirigentes das águias alegam quebra do Regulamento de Competições por parte dos leões, porque o ponto 5 do artigo 78.º define que "não são admissíveis cláusulas que prevejam a possibilidade de, por iniciativa unilateral do clube cedente, ser imposto ao clube cessionário o termo do contrato de cedência antes do prazo contratualmente fixado".