Jesus volta a fazer mira a uma boa figura na Liga dos Campeões, ele que apenas conseguiu passar a fase de grupos por uma vez. Terá agora nova oportunidade, após um apuramento que começou na defesa.
Corpo do artigo
O Benfica está de regresso ao convívio com os maiores emblemas europeus, na sequência de uma sofrida e muito suada qualificação, com traços de grande superação, para a fase de grupos.
Este feito permite às águias um encaixe imediato de 37, 24 milhões de euros, resultante de um lugar no ranking da competição que está, nesta altura, muito distante dos lugares cimeiros, como consequência de vários anos sem resultados desportivos significativos.
De facto, os encarnados arrancam esta temporada na 26.ª posição, num registo classificativo em termos de ranking que é o terceiro pior desde que a UEFA lançou o formato da prova disputada por grupos. Mais baixo só esteve a águia nos dois primeiros anos, após várias épocas negras do Benfica na Europa. Seguiu-se uma recuperação expressiva, até ao 5.º posto, em 2014/15, mas ocorreu nova queda, até ao lugar atual, sendo de referir que desde 2004/05, apenas em quatro momentos as águias se cotaram como o melhor representante português, ficando à frente do FC Porto em 2012/13,2013/14, 2014/15 e 2015/16.
Com a passagem dos obstáculos Spartak e PSV Eindhoven, o Benfica soma a 11.ª presença na Liga dos Campeões nas 12 últimas épocas, tendo a exceção sido a época passada, com a queda ante o PAOK. Aliás, no total, é a 16.ª qualificação para a fase de grupos, igualando o número de presenças de PSV, Dortmund, Galatasaray e Lyon, cotando-se como a 13.ª equipa com mais presenças na prova.
Esta será mais uma oportunidade para Jorge Jesus procurar o brilho europeu na competição, como ele próprio realçou quando regressou, na época passada, à Luz. Se na Liga Europa conseguiu chegar com o Benfica a duas finais, ambas perdidas, na Champions só passou uma vez a fase de grupos, em 2011/12, caindo nos quartos de final ante o Chelsea. De referir que também Rui Vitória (2015/16) e Artur Jorge (1994/95) alcançaram os "quartos", com o mesmo Vitória e Koeman a somarem uns "oitavos" (2016/17 e 2005/06).
O bilhete para a fase de grupos foi garantido com um nulo em Eindhoven, que se seguiu a um triunfo por 2-1 na Luz. Valeu no segundo jogo a grande coesão e consistência defensiva revelada pela equipa encarnada, principalmente colocada à prova após a expulsão do defesa Lucas Veríssimo (32"). De referir que o Benfica esteve quase cinco anos (22 jogos) sempre a sofrer golos fora de casa nas competições europeias e que esta época leva já dois jogos consecutivos sem qualquer golo sofrido. Aliás, a segurança defensiva é espelhada por outro registo, dado que a equipa de Jesus sofreu apenas dois golos nos sete primeiros jogos da temporada, naquele que é o melhor registo desde a temporada 1999/2000.
Da baliza se ergueu muro de betão
Uma rápida análise às estatísticas permite mostrar que foi mesmo da defesa que se começou a construir o apuramento encarnado. Em Eindhoven, Vlachodimos fez oito defesas, liderando este ranking com um total de 13 nos dois jogos do play-off, depois de um jogo em que Weigl foi o vencedor da "maratona" (12,1 km). No total dos dois jogos, o Benfica era o rei dos desarmes, recuperações e defesas do guarda-redes, destacando-se, além do guardião grego, Grimaldo (13) e Weigl (11) como os melhores a roubar bolas aos adversários.