Clube encarnado sublinhou "transparência" das relações com o Aves e fala em "manipulação encomendada".
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O Benfica reagiu esta segunda-feira, num extenso comunicado, à investigação levada a cabo pelo jornal Público no fim de semana, que colocou as relações entre o clube da Luz e a SAD do Aves sob suspeita e no centro da polémica, devido aos contratos firmados pelas duas entidades em transferências de jogadores.
As águias garantem que "os contratos referidos nas respetivas notícias são totalmente legais, transparentes e compatíveis com toda a legislação geral e regulamentos desportivos que gerem este tipo de relações comerciais" e negam qualquer ilegalidade no estabelecimento de cláusulas de recompra e anti-rivais:
"As cláusulas de recompra e anti-rivais que sustentam as insinuações feitas da existência de uma relação de dependência, são prática generalizada, comum e recorrente em todo o mundo do futebol", acrescenta o Benfica, que aponta a uma tentativa de "denegrir o bom-nome do Benfica". Logo depois, no mesmo comunicado, o clube encarnado vira-se para o rival FC Porto e lançam uma série de questões.
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"O destaque dado pelo jornal e o timing escolhido foram uma intencional tentativa de desviar atenções a problemas complexos de promiscuidade política na lista para os órgãos sociais do FC Porto e decisões de gestão pública, que neste momento estão em curso, como a oferta de terrenos em processos já com a intervenção dos novos eleitos para o clube. O Público fez alguma capa com os políticos candidatos a órgãos sociais do FC Porto? E fez alguma investigação sobre as relações entre o FC Porto e o Portimonense? Sobre as cerca de 30 transferências ocorridas entre esses dois clubes nos últimos quatro anos?", atira o Benfica, que volta à questão das cláusulas de recompra e aplica-as aos dragões:
"São inúmeros e públicos os casos de 'direitos de recompra' que poderiam ter enriquecido este trabalho de investigação, não tivesse o autor do mesmo uma memória seletiva. Se assim não fosse, mas é, infelizmente, recordar-se-ia das transferências 'boomerang' de Sérgio Oliveira e Josué, Everton, Paulinho, Rafa Soares ou mesmo das movimentações de Danilo (a mais curiosa de todas e digna de um caso de estudo), Victor García e Francisco Ramos, ou ainda da mais célebre de todas envolvendo o internacional brasileiro Casemiro, que, contrariamente ao invocado desejo do clube então adquirente, teve de o revender ao clube de procedência", asseveram as águias, antes de terminarem com nova alfinetada.
"E deixaríamos um desafio: porque a referida publicação não investiga e questiona o verdadeiro grande mistério do futebol português, que é sobre onde foram gastos os muitos milhões e milhões de vendas que não estão visíveis em resultados financeiros ou património edificado num clube que está sob intervenção da UEFA?", remata o Benfica.