Benfica em busca do troféu perdido: Rui Costa presente e estádio pintado de vermelho
Cinco anos volvidos, os austríacos do RB Salzburgo voltam a ser adversários dos encarnados no jogo decisivo e para o qual o técnico Luís Castro contará com o avançado Henrique Araújo.
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O Benfica tem esta tarde, em Nyon, na Suíça, a quarta oportunidade de vencer a Youth League. Depois das finais de 14 de abril de 2014, 24 de abril de 2017 e 25 de agosto de 2020, em que perdeu com Barcelona (0-3), Red Bull Salzburgo (1-2) e Real Madrid (2-3), a equipa encarnada volta a defrontar, cinco anos depois, a formação austríaca, tentando repetir a proeza conseguida pelo FC Porto, que a 29 de abril de 2019 conquistou o troféu, ao derrotar o Chelsea na final, por 3-1, com golos de Fábio Vieira, Diogo Queirós e Afonso Sousa.
Há cinco anos, no jogo com os austríacos, figuravam na equipa encarnada jogadores como Rúben Dias, João Félix, Gedson Fernandes, Florentino Luís ou Diogo Gonçalves.
Esta tarde, perspetivou o treinador Luís Castro, será "mais um grande jogo diante de uma grande equipa". "Tivemos oito finais até agora. Depois do primeiro jogo na fase de grupos [derrota com o Dínamo Kiev] tínhamos de vencer todos, se quiséssemos continuar em prova. Se houvesse uma malapata já não estávamos cá, de certeza absoluta. Esta é mais um final", sublinhou o técnico, na antevisão da final de Nyon, na qual contará com Henrique Araújo, ponta de lança que é o melhor marcador da equipa B na Liga 2 e já tem um golo em quatro jogos pela equipa principal.
"Todos são importantes. O Henrique [Araújo] é mais um, vem para ajudar. Temos muita qualidade no Benfica, o Henrique é um dos jogadores que podem jogar a prova e está apto", referiu sobre o avançado que foi titular na final de 2020, contra o Real Madrid, jogo em que estiveram mais três jogadores do atual plantel: o central Tomás Araújo foi titular, o médio Martim Neto rendeu-o no fim e o guarda-redes Samuel Soares, agora castigado pela expulsão ante a Juventus, não foi utilizado.
O treinador que em 2020 perdeu a final com o Real Madrid - depois de João Tralhão também não ter conseguido ganhar o troféu em 2014 e em 2017 - acredita que jogadores mais velhos como Tomás Araújo e Martim Neto continuarão a ter jogos deste nível.
"Não acho que seja o fim da caminhada, faz parte do processo e eles ainda têm um caminho tão longo que isto não pode ser o fim de nada. Estamos a falar de jogadores que terão mais jogos deste nível no futuro e espero que seja no Benfica durante muitos anos. Depois, chega a uma altura que, não o Benfica mas o futebol português, não tem capacidade para os segurar", salientou.
O treinador que está no Benfica desde 2019 tem trabalhado com jogadores de vários escalões, admitindo a influência que tem no rendimento coletivo.
"Se dissesse o contrário seria ridículo. É evidente que se um treinador tiver o grupo todo durante muito tempo é mais fácil, até porque se eles tiveram 30 jogos todos juntos, eles próprios dentro do campo vão ajustando alguns pormenores e vão comunicando de uma forma mais fluida. É evidente que jogar como eles jogam, sempre todos juntos, lhes traz vantagens [ao Salzburgo]. Mas temos muita qualidade. O nosso projeto é muito diferente do Salzburgo. Contrata por valores altíssimos jogadores a partir dos 16 anos. Tem alguns em que gastou quatro milhões, três milhões", apontou.
"Connosco é diferente. Praticamente o grupo todo que está aqui vem de baixo - há duas ou três exceções - e tem muita qualidade. Houve muito trabalho de muita gente. Os jardineiros põem relva top para estes miúdos, as senhoras da cantina alimentam a malta como deve ser. É uma final para todos."
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António Silva despreocupado com promessa de goleador rival
Natural de Viseu, António Silva vive hoje um dos grandes momentos desde que se mudou para o Benfica aos 12 anos. "Estamos ansiosos que a final comece. É muito importante para o Benfica, que tem estado presente nestas finais, mas não tem conseguido vencer. Vamos cumprir o plano de jogo traçado que implementámos no treino", prometeu o central, não se preocupando com a promessa de Roko Simic - bisou na meia-final - de ser o melhor marcador da prova, apontando golos na final.
"É a opinião dele. É um bom jogador, por isso é que está na final e tem os golos que tem, mas o mais importante é a equipa", disse, contando que o avançado Henrique Araújo "ajude" o Benfica. "É um jogador com muitos jogos e golos na II Liga. Vem para ajudar e pelo Benfica", considerou.
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Rui costa volta a estar com a equipa em nyon
Rui Costa estará hoje novamente com a equipa de sub-19. Tal como aconteceu na meia-final, contra a Juventus, o presidente do Benfica vai assistir à final da Youth League, contra o Salzburgo. Rui Costa regressou a Portugal depois do jogo com os italianos, esteve na Luz para ver o empate a zero com o Famalicão e hoje regressa a Nyon onde espera voltar a festejar como fez contra a Juventus.
Um estádio novamente pintado de vermelho
Tal como nas outras fases finais, os adeptos benfiquistas pintaram de vermelho o Estádio Colovray, em Nyon. Foi assim com a Juventus e voltará a sê-lo com o RB Salzburgo. "Temos sempre um apoio enorme aqui na Suíça. Os adeptos foram muito importantes", disse o técnico Luís Castro. "Na final, espero que apoiem mais, deem um extra, porque nós também vamos dar um extra", garantiu.
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CURTAS
Águias na final com menos uma derrota
Na caminhada até à final as águias perderam no arranque da fase de grupos, ante o Dínamo Kiev, e cederam um empate na meia-final, frente à Juventus. Os austríacos perderam, na fase de grupos, com Lille e Sevilha, e passaram nos penáltis nos "oitavos" diante do Zilina.
Benfica com mais golos no currículo
A diferença entre golos marcados e sofridos entre as duas equipas não é significativa. O Benfica tem 23 tiros certeiros e oito encaixados, enquanto o RB Salzburgo marcou 19 (menos quatro) e sofreu apenas sete.
Simic perseguido por trio encarnado
A lista dos melhores marcadores é liderada por dois jogadores do Midtjylland, Simsir e Hansen, com sete golos. Segue-se Simic, do RB Salzburgo, com seis, perseguido por um trio de benfiquistas. Pedro Santos, Diego Moreira e Luís Semedo marcaram quatro golos.
Dois vermelhos e os muitos amarelos
Olhando para a folha disciplinar, os jogadores do Benfica viram 15 cartões amarelos e dois vermelhos, um registo que é ultrapassado, e muito, pelo adversário de hoje, que acumula já 26 amarelos.
Três técnicos em oito edições da prova
O Benfica marcou presença nas oito edições da prova iniciada em 2013/14 (a campanha de 2020/21 foi anulada devido à pandemia) e chegou a três finais. João Tralhão orientou a equipa nas duas primeiras perdidas para Barcelona (13/14) e RB Salzburgo (16/17), tendo o atual, Luís Castro, ocupado o cargo na última, com o Real Madrid (19/20). Pelo meio, Renato Paiva comandou em 2018/19.
Recordista de jogos chega do... Seixal
Com a final de hoje, o Benfica passa a ser o recordista da prova em número de jogos (70), mais um do que o Real Madrid. As águias também lideram, a par do Chelsea, no número de finais, quatro.