O protocolo existe há algum tempo, mas também tem sentido inverso, permitindo aos minhotos deter a primazia sobre jovens do Seixal sem margem de progressão no plantel principal.
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Não é de agora. Pelo contrário, tem alguns anos de vida e é do conhecimento de quem se movimenta nos corredores de negócio do futebol nacional: O JOGO apurou que o Benfica tem um acordo abrangente com o V. Guimarães, que na essência incide em direitos de preferência sobre jogadores da formação, bem como de partilha sobre os direitos dos jovens atletas.
Benfica tem acordo com o V. Guimarães que engloba direitos de preferência e partilha de direitos sobre jogadores
Segundo informações recolhidas pelo nosso jornal, os principais pontos desta parceria estabelecem que os encarnados têm primazia na escolha de qualquer elemento que se destaque nos quadros da formação vitoriana.
Quando um dos formandos minhotos convence o Benfica a avançar para a sua aquisição, os direitos sobre o jogador são divididos entre os dois emblemas pela metade, com vista a futuras oportunidades de negócio. Aos lisboetas assiste ainda a prerrogativa de adquirir mais 25% do passe dos jogadores que sigam nos moldes em questão da Cidade-Berço rumo à capital e à Luz. Contudo, este é o máximo percentual de propriedade permitido às águias - o Vitória de Guimarães tem sempre um mínimo de 25% assegurado.
Quando o Benfica integra um jovem da formação vitoriana, o passe do jogador é dividido pela metade entre os dois emblemas. Águias podem ter um máximo de 75%
Em sentido inverso, qualquer atleta que surja nos escalões jovens do Benfica e não encontre espaço para progressão no plantel profissional - ou mesmo nas categorias B e sub-23 -, tem o V. Guimarães como destino prioritário, a menos que surja uma oportunidade de transferência interessante que mereça discussão e aí os minhotos têm sempre de ser atendidos e consultados. É que no âmbito do acordo em apreço, também os vitorianos se reservam ao direito de preferência sobre jogadores encarnados sem margem de ascensão no Seixal.
De recordar que esta parceria tem suscitado desconforto em vários jogadores e agentes, sendo que o mesmo foi celebrado por clubes que na edição da I Liga da temporada passada terminaram na primeira e quinta posições da tabela. Resta saber se com a nova administração vitoriana o protocolo continuará válido.
Arnaldo Carneiro criou o projeto
As boas relações que unem Benfica e Vitória de Guimarães foram aproveitadas para estabelecer este entendimento ao nível do futebol de formação. O acordo com os vitorianos foi pensado e colocado em prática por Armando Jorge Carneiro, que foi diretor-geral de formação do Caixa Futebol Campus e o principal rosto do redimensionamento que o futebol jovem dos encarnados conheceu nos últimos anos, até atingir a vanguarda. O Vitória então presidido por Júlio Mendes apreciou a ideia e aderiu à parceria.
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